‘Personagem mais contundente da minha carreira’: Osmar Prado retorna aos palcos com ‘O Veneno do Teatro’, que estreia em Uberlândia


Após 10 anos se dedicando ao cinema e à teledramaturgia, o ator retorna ao teatro ao lado de Maurício Machado; peça entra em cartaz em Uberlândia de 9 a 11 de maio. Após 10 anos afastado do teatro, Osmar Prado retorna aos palcos ao lado de Maurício Machado.
Priscila Prade/Divulgação
Na próxima semana, Uberlândia recebe “O Veneno do Teatro”, peça protagonizada por Osmar Prado e Maurício Machado. O espetáculo, que já foi assistido por mais de 60 mil pessoas em mais de 100 apresentações pelo Brasil, conquistou o público e a crítica, consolidando-se como um sucesso nos palcos nacionais.
Na cidade do Triângulo Mineiro, a obra entra em cartaz de 9 a 11 de maio, no Teatro Municipal, por meio do projeto “Uberlândia na Rota das Culturas”. As sessões acontecerão às 20h na sexta e no sábado, e às 18h no domingo. Veja abaixo como garantir seu ingresso.
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“O Veneno do Teatro” marca o retorno de Osmar Prado aos palcos após uma década dedicada ao cinema e à teledramaturgia. “O teatro sempre me acolheu todas as vezes que deixei a televisão, por iniciativa própria ou rompimento”, contou o ator ao g1.
A peça é de autoria do dramaturgo espanhol Rodolf Sirera, já traduzida para 11 idiomas e encenada em mais de 60 países. No Brasil, a direção é de Eduardo Figueiredo.
“O público de Uberlândia se sentirá honrado pela qualidade do que vai ver, se sentirá respeitado por ter mudado de roupa, se deslocado do conforto de sua casa, sentado em uma plateia para assistir a 1h30 de espetáculo e dizer: ‘valeu a pena’”, disse Prado.
Um jogo psicológico entre ética, poder e hipocrisia
“O Veneno do Teatro” é um suspense denso e provocador. Nele, o ator Gabriel de Beaumont, interpretado por Maurício Machado, é convidado por um excêntrico Marquês — personagem de Osmar Prado — para atuar em uma peça escrita por ele.
À medida que a trama se desenrola, o Marquês se revela um psicopata perverso, que manipula o ator por meio de um elaborado jogo psicológico. A peça promete reviravoltas e um desfecho surpreendente.
O texto convida o público a refletir sobre os limites da ética, o jogo de poder e a hipocrisia nas relações humanas. Para Osmar, há muito de realidade na ficção: “É o espelho da sociedade contemporânea. Ele leva a plateia à reflexão: o que nós somos, por que estamos aqui, o que fazemos e quais implicações isso acarreta?”, ponderou.
“O Veneno do Teatro” promete reviravoltas e um desfecho surpreendente.
Priscila Prade/Divulgação
Para intensificar o clima de tensão, a trilha sonora é executada ao vivo pelo violoncelista uberlandense Matias Roque Fideles, a quem Osmar descreve como “o terceiro personagem do espetáculo”, tamanha a importância da música na encenação. A direção musical é de Guga Stroeter.
Escrita nos anos 1970, após o fim da ditadura de Franco, a peça surgiu no contexto da redemocratização da Espanha. A história original se passa na França, destacando o período do neoclassicismo. Na versão brasileira, porém, o espetáculo ganha uma abordagem atemporal, com inspiração estética na Paris da década de 1920.
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Do Velho do Rio ao Marquês: a liberdade de interpretar
Ao longo de seus 65 anos de carreira, Osmar Prado deu vida a personagens que marcaram a teledramaturgia brasileira. Em 2022, emocionou o país como o icônico “Velho do Rio”, em Pantanal. Em Renascer (1993), foi Tião Galinha; em Sinhá Moça, o temido Barão de Araruna; e em O Clone, viveu o dependente químico Lobato.
Recentemente, o ator revelou ter recusado dois convites para novelas. O encantamento imediato ao ler o texto de “O Veneno do Teatro” foi o que o levou de volta aos palcos do teatro. “Eu li o texto e fiquei enlouquecido. E disse: ‘o Marquês é meu’. Talvez seja a personagem mais contundente da minha carreira. É magnífica. Eu encaro o Marquês como se estivesse fazendo Ricardo III, Hamlet, como se estivesse fazendo Galileu Galilei”, contou.
Aos 77 anos, Osmar se orgulha, sobretudo, do respeito que conquistou no meio artístico — algo que, segundo ele, lhe garantiu liberdade para interpretar seus personagens à sua maneira.
“Na novela O Clone, eu fazia um dependente químico. A autora, a Glória Perez, escrevia para mim: ‘diga uma poesia, faça o que você quiser’. Total liberdade para interpretação. Até hoje, aos 77 anos, eu vibro com aquilo que faço e exijo liberdade para isso”, relatou.
Serviço
Quando: 9, 10 e 11 de maio
Horários: 20h na sexta-feira e no sábado, e 18h no domingo
Local: Teatro Municipal de Uberlândia
Ingressos: À venda online pelo site Mega Bilheteria, com valores entre R$ 42 e R$ 100
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