
No início do mês, quatro ex-funcionárias do cantor o denunciaram por estuprá-las várias vezes. O primeiro crime teria acontecido em 2007. Smokey Robinson na capa do disco ‘Gasms’
Reprodução
A polícia de Los Angeles informou na quinta-feira (15) que abriu uma investigação criminal sobre alegações de estupro e agressão sexual contra o cantor Smokey Robinson. A informação é da Associated Press.
Em comunicado, o departamento afirmou que está “investigando ativamente as alegações criminais” contra Robinson.
Na semana passada, quatro ex-funcionárias de Robinson entraram com um processo alegando que ele as estuprou e agrediu sexualmente repetidamente, em alguns casos por anos, enquanto trabalhavam para ele.
A ação, apresentada na Suprema Corte de Los Angeles, busca ao menos US$ 50 milhões em indenizações pelos supostos abusos, que as mulheres afirmam ter ocorrido entre 2007 e 2024.
A defesa de Robinson afirmou que as alegações contra o músico de 85 anos não têm mérito. Ele foi um dos maiores hitmakers dos anos 1960.
O advogado, Christopher Frost, disse na terça-feira (13) que o único motivo do processo é “ganância pura”.
“Estamos confiantes de que será determinada a inocência do Sr. Robinson, e que isso é uma tentativa desesperada de influenciar a opinião pública e transformar o caso em um espetáculo midiático ainda maior do que as autoras do processo já haviam conseguido criar,” disse Frost.
John Harris e Herbert Hayden, advogados das mulheres, disseram estar satisfeitos com o fato de as autoridades estarem levando adiante a investigação.
“Nossas clientes pretendem cooperar totalmente com a investigação em andamento do LASD na busca por justiça para si mesmas e para outras pessoas que possam ter sido igualmente agredidas por ele”, disseram os advogados.
A declaração do detetive informou que a investigação está em seus estágios iniciais e que nenhum outro detalhe seria divulgado por enquanto.
O caso
As quatro mulheres, cujos nomes não foram divulgados, alegam que Smokey Robinson esperava até estar sozinho com elas em sua casa em Los Angeles para então agredi-las sexualmente e estuprá-las.
Uma delas afirmou ter trabalhado para Robinson de 2012 até 2024 e ter sido agredida pelo menos 20 vezes. Outra disse ter trabalhado com ele de 2014 até 2020 e ter sido agredida pelo menos 23 vezes.
O advogado de Robinson disse, na semana passada, que as alegações “desafiam a credibilidade” e estão cheias de inconsistências.
Já o advogado das mulheres chamou Robinson de “estuprador doente e reincidente” que precisa ser detido.
Quando questionado em uma coletiva de imprensa, em 6 de maio, se as mulheres haviam procurado a polícia, a defesa delas respondeu que não, mas que consideravam que as alegações justificavam a atuação das autoridades.
Todas as acusadoras disseram que acabaram se demitindo por causa dos abusos. Elas afirmaram ter tido medo de se manifestar por receio de retaliação, vergonha pública e possíveis consequências para seu status migratório.
Robinson teve uma carreira marcada por sucessos como peça central da gravadora Motown — tanto com seu grupo, The Miracles, quanto como artista solo, com músicas como “Tears of a Clown” e “The Tracks of My Tears.” Ele também escreveu e coescreveu canções para outros artistas da Motown, incluindo “My Girl”, dos Temptations.
Ele é membro do Rock & Roll Hall of Fame e do Songwriters Hall of Fame.
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