Bebê morre com traumatismo craniano em Guarujá; padrasto desaparece e mãe cobra investigações


Natalya Barbosa, mãe de Henry Lucca, diz desconfiar da versão do ex-companheiro e busca respostas para a morte do filho, ocorrida em janeiro. Padrasto sumiu após ida ao IML. Henry Lucca, de 2 anos, morreu em Guarujá. Mãe desconfia do padrasto (à dir.). Homem teve identidade preservada por ainda não ser suspeito pela polícia
Arquivo pessoal
Um bebê, de apenas 2 anos, morreu após sofrer traumatismo craniano, em Guarujá, no litoral de São Paulo. Henry Lucca estava sob os cuidados do padrasto, que desapareceu no dia seguinte à morte e até hoje não prestou depoimento. A mãe da criança, a autônoma Natalya Karyna Prudêncio Barbosa, de 30 anos, cobra investigações mais rigorosas e acredita que o homem pode estar envolvido no crime.
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A morte aconteceu em 31 de janeiro, seis dias após o menino dar entrada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santo Amaro. Antes disso, ele havia sido levado por vizinhos em parada cardiorrespiratória para uma base da Polícia Militar (PM) no bairro Vila Zilda, onde recebeu os primeiros socorros. A ação foi registrada por uma câmera corporal de um PM (assista abaixo).
Menino de 2 anos é socorrido por policiais militares após se engasgar e desfalecer
O laudo necroscópico, obtido pelo g1, apontou a causa da morte como broncoaspiração em consequência de uma hemorragia após traumatismo cranioencefálico.
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Versão contestada
O padrasto, que estava sozinho com a criança no momento do incidente porque a mãe estava trabalhando, alegou que o menino havia caído da cama e se engasgado com a mamadeira. Com base nesse relato, o tio de Henry registrou o boletim de ocorrência. No entanto, a versão começou a ser questionada após o homem desaparecer em 1º de fevereiro.
De acordo com Natalya, o então companheiro a acompanhou até o Instituto Médico Legal (IML) de Santos para liberação do corpo. Como o laudo ainda não estava pronto, ele a convidou para um café em uma padaria próxima.
“Eu sentei, peguei um suco. Ele disse que ia ligar para a mãe dele, que estava chorando. Saiu com o telefone na mão e nunca mais voltou”, relembrou Natalya.
Logo depois, ela recebeu notificações bancárias de transferências feitas por ele e acionou uma viatura da PM. “Disseram que não havia atuação do Baep na área, como ele tinha alegado. Foi aí que entendi que ele havia fugido”, disse.
Mãe acredita em agressão
Natalya passou a suspeitar da participação do ex-companheiro na morte do filho. “Ele estava muito nervoso com o resultado da necropsia. Isso me fez perceber que algo estava errado”, afirmou.
Ela ainda contesta a explicação de que uma simples queda teria causado o ferimento fatal. “Minha cama era baixa. Ele já tinha caído antes, pulava… Nunca aconteceu nada. Para causar traumatismo, é preciso uma pancada muito forte.”
A mãe também afirmou que o padrasto não socorreu o menino — o socorro partiu de uma vizinha. Ainda segundo ela, o homem era agressivo e havia usado um nome falso no início do relacionamento.
“Acho que ele deu um tapa no meu filho, ele bateu a cabeça. Ele era violento até com outras pessoas”, relatou.
Mesmo diante das evidências, o homem ainda não é considerado suspeito, pois não foi localizado para prestar depoimento.
“Quero que ele apareça e diga o que aconteceu com meu filho. O laudo mostra traumatismo. A advogada explicou que ele só teve broncoaspiração porque desmaiou com a pancada, e o líquido subiu para o pulmão”, explicou Natalya.
Posicionamento da SSP-SP
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso é investigado pelo 1º Distrito Policial do Guarujá. “A equipe da unidade continua com as diligências para localizar o padrasto da criança e ouvi-lo sobre os fatos. Até o momento, não foi solicitado mandado de prisão, pois não há elementos suficientes que indiquem a autoria do crime”.
Ainda segundo a SSP-SP, o inquérito segue em andamento e demais informações são preservadas por envolver menor de idade.
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