
Trabalho de conclusão de curso do designer mineiro Fabrício Luiz foi um dos vencedores da categoria de estudantes, assim como outros dois projetos brasileiros. Cerimônia de premiação acontece em junho, na cidade de Bilbao, na Espanha. Alfabeto Libergráfico, com letras inspiradas no Circuito Liberdade.
Acervo Pessoal/Fabrício Luiz
Um ‘A’ inspirado na grade do Memorial da Vale, um ‘B’ baseado em uma pintura do Museu de Minas e Metal, um ‘C’ que faz referência ao vitral do CCBB e assim por diante, até completar todo o alfabeto.
Foi com essa premissa que o “Alfabeto Libergráfico”, projeto de conclusão de curso do designer mineiro Fabrício Luiz, foi um dos vencedores da categoria de estudantes do iF Design Award, considerado o “Oscar do design” internacional. Outros dois trabalhos brasileiros também estão entre os 100 premiados. (saiba mais abaixo)
Formado em Design Gráfico pela Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), o designer conta que se inspirou nos prédios vizinhos do campi onde estudava, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, para o projeto de conclusão de curso.
“Eu tenho repertório de tipografia há bastante tempo, desde criança. E design nem era minha primeira opção, era Arquitetura. Mas não tive nota suficiente e fui pro design, mas ainda bem que foi desse jeito. Como eu tinha interesse em arquitetura, ali estava toda minha inspiração visual. A Praça da Liberdade e os museus estavam no meu olhar cotidiano e acabou sendo meu projeto, com tudo que eu mais tinha interesse: juntar tipografia e esse olhar pela cidade”, detalhou o designer.
Inspirações e resultado final das primeiras letras do Alfabeto Libergráfico.
Acervo Pessoal/Fabrício Luiz
Tipografia no Circuito Liberdade
Tipografia é a arte de dar forma às letras, as transformando em desenhos, para criar textos com expressão e personalidade. Inspirado em oito prédios do Circuito Liberdade, Fabrício deu uma toque criativo às 26 letras do alfabeto.
“Como era um projeto de TCC, precisava haver um recorte. O Circuito Liberdade tem 30 equipamentos, selecionei só os da região Central, de arquitetura eclética e que estivessem próximos geograficamente, para criar uma rota a pé. Dos 30, selecionei oito deles”, explicou.
Os prédios que inspiraram o Alfabeto Libergráfico foram o Circuito Cultural Banco do Brasil (CCBB), o Palácio da Liberdade, o Museu de Minas e Metal, o Memorial da Vale, a Academia Mineira de Letras, o Arquivo Público Mineiro, o Museu Mineiro e o Centro de Arte Popular.
Criador e criatura
Acervo Pessoal/Fabrício Luiz
Premiações
A partir do sucesso do trabalho, Fabrício começou a procurar prêmios para inscrever o projeto gráfico particularmente belo-horizontino.
Candidatou-se a algumas premiações brasileiras, mas não foi selecionado — até que, em novembro de 2024, foi um dos vencedores do tradicional Prêmio Bornancini de Design, no Rio Grande do Sul, na categoria Tipografia, entre os projetos de estudantes.
Empolgado com a vitória, procurou outras premiações internacionais para submeter o projeto e se inscreveu para o iF Student Design, uma das maiores premiações do mundo.
“Eram 10 mil projetos, depois selecionaram 300. Depois, me mandaram um e-mail, falando que tinha sido selecionado. Recebi a notícia no caos! Nem consegui absorver tanto a felicidade”, relembrou.
Ao todo, 100 projetos foram agraciados pelo prêmio. Além de Fabrício, as designers brasileiras Nayany Bastos, de São Gonçalo (RJ), e Jésia Vunschel Gualter, de São Lourenço do Sul (RS), também foram premiadas.
Agora, os três buscam recursos para conseguir arcar com a viagem até Bilbao e estar presentes na premiação, agendada para 19 e 20 de junho.
Para conhecer mais sobre o Alfabeto Libergráfico, acesse as redes sociais criadas especialmente para o projeto.
O grande e-mail com o resultado da premiação.
Reprodução
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