
Cálculo foi feito por professor do departamento de física da UFJF com base no vídeo que mostra o acidente. A idosa foi socorrida com ferimentos na face e possível fratura na costela, sem gravidade. Idosa sobrevive a atropelamento de trem em Carandaí
A força do impacto do trem que atingiu uma idosa de 69 anos, em uma passagem em nível no Centro de Carandaí, pode ter chegado a 600kg. O cálculo foi feito pelo professor de física Daniel Vasconcelos Pazzini Massote, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a pedido do g1, com base no vídeo da câmera de monitoramento que registrou o acidente. Assista acima.
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A projeção foi feita levando em consideração a velocidade de 30km/h.
“Um choque a 30km/h daria um impacto de até 600kg. De 20 km/h seria de quase 400kg. Os números são estimativa e têm muitas variáveis, mas dá uma ideia do que a imagem a gente tá olhando no vídeo”.
Conforme informações da Polícia Militar, as informações do Samu indicavam que a idosa teve ferimentos na face e tinha possível suspeita de fratura de costela, sem gravidade. Ela foi levada para o Hospital Municipal Santana, e a reportagem não conseguiu atualizações sobre o estado de saúde dela.
Para o professor, a fratura pode ter, inclusive, dissipado parte da energia do choque. “O fato de fraturar alguma coisa é o que pode ter dissipado a energia que o trem entregou no choque para ela, pode ter dissipado um pouco essa energia e, talvez, por isso, que ela não morreu”, disse.
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“O efeito é o mesmo que acontece, por exemplo, nos carros. Quando você tem uma colisão de um veículo, ele quebra todo, mas preserva as pessoas ali para amenizar a batida. Então é a mesma coisa: a energia em vez de ser usada para jogar ela longe, ser arremessada e bater a cabeça no chão, por exemplo, ela pode ter tido uma fratura, que pode ter amenizado a pancada que a jogou no chão”.
Idosa correu para atravessar
O acidente aconteceu na segunda-feira (2) e foi registrado por uma câmera de monitoramento na região da linha férrea, que passa pelo Centro da cidade.
O mostra a pedestre caminhando pela calçada, acelerando o passo e correndo para atravessar a passagem em nível, mesmo com a aproximação da locomotiva.
Idosa foi atingida por um trem da MRS ao tentar atravessar linha férrea em Carandaí
Reprodução/Câmara de monitoramento
Na gravação não é possível ouvir os sinais sonoros, mas um funcionário da empresa tenta impedir que ela atravesse os trilhos. Outro homem também a observa correndo e se assusta ao vê-la sendo atingida pelo trem.
A MRS Logística, empresa responsável pela operação da malha ferroviária, informou que a velocidade máxima permitida no trecho do acidente é de 30 km/h e que o maquinista seguiu todos os protocolos de segurança, como o uso da buzina e o acionamento do freio de emergência.
No entanto, como o espaço de frenagem pode variar de 300 a 1.000 metros, ele não teve como evitar o impacto.
Orientações para passar em áreas ferroviárias
A MRS reforçou que a dica principal é que o pedestre ou condutor de veículo siga a orientação das placas afixadas nas passagens em nível, parando antes de cruzar a ferrovia, olhando para os dois lados e escutando os sinais sonoros.
Outras orientações:
Mantenha uma distância mínima de 3 passos largos com relação aos trilhos. As locomotivas e os vagões são mais largos do que a estrutura ferroviária (dormentes e trilhos), o que pode gerar esbarrões da escada da locomotiva em pessoas desatentas
A área ocupada pela ferrovia e seus arredores é chamada faixa de domínio. Não é permitida a presença de pessoas estranhas à ferrovia nesta área, e a travessia da linha férrea só pode ser realizada em passagens em nível oficiais (para pedestres, veículos ou ambos), por passarelas ou passagens inferiores. É extremamente arriscado atravessar a linha em qualquer outro ponto.
Um trem pesa entre 3 mil toneladas (vazio) e 15 mil toneladas (carregado) e, por isso, pode exigir algo entre 300 e 1.000 metros desde a aplicação do freio de emergência até a parada completa. Por isso, mesmo quando é possível identificar um obstáculo ou pessoa cruzando a linha inadvertidamente, na maioria das vezes não é possível evitar o impacto.
Os trens têm luzes de sinalização, de sinos (acionamento constante quando estão em movimento) e de buzina (acionadas antes das passagens em nível ou em qualquer situação de emergência). É fundamental que as pessoas estejam sempre atentas aos sinais sonoros de segurança, não usem telefones ou headphones nas travessias e olhem para ambos os lados
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