‘Minha família está toda assustada’, diz passageira de voo inaugural entre Recife e Madri após avião dar voltas e retornar a aeroporto pela 2ª vez


Passageiros relataram que aeronave utilizada foi o Boeing 767-300, a mesma da primeira tentativa de realizar a rota na terça-feira (10). Passageiras do 2º voo Recife-Madri ficam assustadas com problemas recorrentes do avião
Pela segunda vez consecutiva, passageiros que saíram do Recife com destino a Madri passaram momentos de tensão no voo inaugural da rota (veja vídeo acima). O avião da companhia Euroatlantic que faria o trecho operado pela Azul Linhas Aéreas saiu atrasado do Aeroporto Internacional do Recife e retornou após quase três horas dando voltas no ar.
“A gente ficou aqui assustado, porque nunca tinha passado isso comigo nem com minha família. A gente vive lá [Espanha] há 24 anos e nunca passou por isso. Minha família está toda assustada, todo mundo preocupado, porque, fora isso, o avião não está em estado de viajar uma distância tão grande como essa”, disse Laura Brito, brasileira que mora na Espanha e estava tentando, pela segunda vez, voltar para casa.
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A mesma aeronave, um Boeing 767-300 com bimotor a jato, foi utilizada nas duas tentativas de viagem, segundo passageiros. Da primeira vez, o piloto relatou que o avião estava com problemas no “flap”, que são abas instaladas nas “asas” da aeronave. A estrutura funciona para ajudar na sustentação do avião, garantindo aterrissagem e decolagem seguras.
Nessa segunda tentativa, a Azul também não especificou o problema e disse, em nota, que “solicitou retorno ao aeroporto de Recife devido a questões técnicas”. O g1 procurou a concessionária Aena, que administra o aeroporto, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
O avião tinha previsão de sair às 19h10 da quinta (12), mas decolou às 23h25 e depois aterrissou de volta no Recife por volta das 2h30 desta sexta (13). A previsão era de que chegasse à Espanha às 8h30 desta sexta, conforme expectativa inicial de decolagem.
“Depois de 10 minutos de voo, eles já comunicaram que a gente teria que retornar. Passamos umas duas horas sobrevoando, ele jogando combustível e daí a gente retornou”, disse um dos passageiros do voo identificado apenas como Lucas.
Passageiros do voo que retornou para Recife na madrugada desta sexta-feira (13) foram alocados em uma nova aeronave para tentar, pela terceira vez, realizar a viagem. Porém, esse outro avião não teve o plano de voo aprovado, e os passageiros precisaram aguardar novas orientações no aeroporto.
2º voo entre o Recife e Madri também tem problema e avião dá voltas até retornar a aeroporto
Flightradar24/Reprodução
Passageiros do primeiro voo contaram, na terça-feira (10), que o Boeing aparentava ser antigo e tinha problemas para fechar compartimentos de bagagem, além de televisores quebrados, poltronas que não reclinavam e odor forte.
“Estou com muito medo agora, pensando em voltar para São Luís do Maranhão e esperar essa poeira baixar e pegar um voo daqui a um mês, ou em outra companhia aérea”, afirmou outra passageira do voo Recife–Madri operado pela Azul identificada apenas como Sheila.
A equipe da TV Globo esteve no aeroporto na manhã desta sexta e apurou que uma nova tentativa de viagem será feita às 19h. Alguns passageiros foram realocados em outros voos e outros foram levadas para hospedagens da região para aguardar atualizações (veja vídeo abaixo).
Espanhola fala sobre problema em avião pela 2ª vez seguida no voo inaugural do Recife para Madri
O que diz a Azul
Em nota sobre o segundo problema no voo inaugural da rota entre o Recife e Madri, a Azul:
não informou o que provocou o problema e afirmou que não houve “declaração de emergência”;
disse que o retorno ao Recife “se deu de forma preventiva, de acordo com protocolos de segurança operacional”;
declarou que os clientes “foram devidamente assistidos, conforme previsto na Resolução 400 da Anac [Agência Nacional de Aviação Civil]”.
No entanto, na manhã desta sexta-feira (13), passageiros contaram à TV Globo que o suporte não foi ideal. “Só deram um copo de água. Desde às 23h [da quinta-feira] até agora sem dormir, sem comer, sem nada. Sem nenhum tipo de assistência”, disse Lucas.
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