
Caso aconteceu em Urucará, no interior do Amazonas, durante a Operação Inocência, deflagrada na segunda-feira (16). Suspeitos foram presos em Urucará, interior do Amazonas
Divulgação/PC-AM
Três homens, com idades de 54, 37 e 36 anos, foram presos preventivamente após uma criança de 10 anos escrever uma carta denunciando abusos sexuais cometidos contra ele pelos suspeitos. O caso aconteceu em Urucará, no interior do Amazonas, durante a Operação Inocência, deflagrada na segunda-feira (16).
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Segundo o delegado Mateus Imperatriz Moreira, responsável pela unidade policial, a investigação foi iniciada após a equipe receber uma denúncia do Conselho Tutelar de que a vítima havia escrito uma carta durante uma palestra escolar sobre prevenção ao abuso sexual infantil, na qual relatava que era vítima de abuso sexual.
Com base nessa informação, foi instaurado um Inquérito Policial (IP) para apurar os fatos.
“As investigações foram iniciadas, e a vítima passou por escuta especializada no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) do município, além de ser submetida ao exame de conjunção carnal, que confirmou os fatos. Identificamos que ela era vítima dos abusos desde os 6 anos, quando o padrasto, o homem de 36 anos, iniciou o crime contra ela”, afirmou Mateus Imperatriz.
De acordo com o delegado, os outros dois envolvidos são o tio da vítima, o homem de 37 anos, que praticava os abusos na própria residência, quando ficava a sós com ela, e o condutor da lancha escolar, o homem de 54 anos, que, após uma festa na comunidade, deixou todos os outros passageiros e foi o último a desembarcar a vítima, momento em que cometeu o abuso.
Após a identificação dos suspeitos, foram solicitados à Justiça os mandados de prisão, que foram concedidos e cumpridos. A prisão foi efetuada nas residências deles, em uma comunidade na zona rural do município.
“A vítima ainda relatou que seus familiares não desconfiavam da situação e que ela temia compartilhar o que acontecia, pois começou a ser alvo de ameaças. Os envolvidos não tinham conhecimento dos abusos cometidos pelos outros. Eles agiram em momentos distintos, sem saber que a criança estava sendo vítima de outras pessoas”, concluiu o delegado.
Segundo o delegado, em um trecho da carta, a vítima escreveu:
“Eu não me sinto bem por causa disso, já passei mal, falei coisa, com coisa e até desmaiei. Não sentia vontade de comer, até que resolvi contar meu peso com alguém”.
Após receber o apoio médico e psicológico necessário, a vítima foi encaminhada para a casa de uma tia, que está fornecendo todo o suporte necessário para seu bem-estar.
Os autores responderão por estupro de vulnerável. Eles passarão por audiência de custódia e ficarão à disposição da Justiça.
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