
Escritora falou com alunos da rede municipal de Educação sobre seu livro ‘O Planeta Dançarino’ e foi entrevistada no Café Literário. Ela disse que ficou impactada com o carinho do público. Roseana Murray com alunos da rede municipal de Educação
Deborah Areias / SME
A escritora Roseana Murray voltou à Bienal do Livro, nesta segunda-feira (16), cerca de 1 ano depois de ter sofrido um ataque de três pitbulls que resultou na perda do seu braço direito.
“Foi uma experiência fantástica nessa Bienal porque, como eu estive na mídia, muito exposta, as pessoas falavam comigo,” disse a autora ao g1. “Todo mundo se emocionou muito.”
Pela manhã, a autora esteve em um bate-papo com alunos da rede municipal de Educação. Ela falou sobre seu livro “O Planeta Dançarino”, que traça o percurso da humanidade até agora, o ponto crítico atual e a salvação do plante pelas crianças e jovens.
A obra faz parte do Programa Literatura Atlântica, criado pelo Instituto Coral Vivo para debater a conservação ambiental nas escolas públicas de todo o Brasil.
“Eu sou fã número 1 do ensino público, pois é das escolas públicas que vai sair a nossa salvação, a salvação do planeta.”
À tarde, Roseana foi entrevistada no Café Literário e falou sobre sua história, sua carreira literária e o ataque sofrido em 2024. Ela conta que ficou impressionada com o carinho do púbico. “As pessoas me diziam assim: ‘eu torci por você, eu rezei por você'”.
Um pequeno leitor, de 4 anos de idade, perguntou à poetisa o que tinha acontecido com seu braço e ela respondeu com seu bom humor característico. “Eu falei pra ele: ‘eu perdi, se você achar você me avisa’. E ele acreditou, a carinha dele foi o máximo.”
Obra
Roseana Murray nasceu em 1950, no Rio. Formada em Literatura Francesa pela Aliança Francesa, Universidade de Nancy, sempre teve uma relação próxima com a escrita. “Sempre fui leitora e sempre gostei de escrever”, diz.
Mas sua relação com o público infantil começou no início da década de 1980. Seu filho, que tinha uns 7 anos à época, queria ler os poemas da mãe, que não eram adequados para sua faixa etária. “Então eu comecei a escrever para ele.”
E, com isso, passou a mandar alguns dos seus textos infantis para a professora do menino, que incentivou-a publicar as obras. “Ela me mandou um bilhetinho de volta que me ajudou demais”, conta. De lá pra cá se vão 45 anos de produção literária.
Roseana tem cerca de 100 livros publicados e recebeu prêmios como o da Associação Paulista de Críticos Teatrais (APCA), da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) e da Academia Brasileira de Letras (ABL).
Ela também faz parte da Lista de Honra do Conselho Internacional sobre Literatura para Jovens (Ibby, na sigla em inglês), da qual a FNLIJ é representante.
Desde o ano passado, tem sido fonte de inspiração para leitores de suas idades pela sua alegria inabalável. A autora escreveu um poema enquanto estava internada no hospital e aprendeu a escrever com a mão esquerda.
Ainda em 2024, perdeu seu marido, o escritor espanhol Juan Arias, que tinha 92 anos. Em abril, ela começou a usar uma prótese biônica, custeada pela prefeitura de Saquarema e pelo governo do estado do Rio depois de uma decisão da Justiça.
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*Estagiária sob supervisão de Cláudia Loureiro