Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, é preso, suspeito de tentar obter informações sigilosas sobre a delação de Mauro Cid


O ministro Alexandre de Moraes, do STF, mandou que a PF tome os depoimentos de Marcelo Câmara, do advogado Luiz Kuntz e de Mauro Cid em até 15 dias. Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, é preso, suspeito de tentar obter informações sigilosas sobre a delação de Mauro Cid
Reprodução/TV Globo
A Polícia Federal prendeu um ex-assessor de Jair Bolsonaro por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Marcelo Câmara é suspeito de tentar obter informações sigilosas sobre a delação de Mauro Cid.
O coronel Marcelo Câmara foi preso em Sobradinho, no Distrito Federal. Ele era um dos assessores mais próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na decisão, o ministro do Supremo Alexandre de Moraes afirmou que a partir das informações prestadas pela própria defesa, o réu Marcelo Câmara descumpriu as medidas cautelares impostas no inquérito, como a “proibição de utilização de redes sociais próprias ou por terceira pessoa” e “proibição de contato com os demais investigados, inclusive por intermédio de terceiros”, revelando seu completo desprezo por esta Suprema Corte e pelo Poder Judiciário, e a continuidade de práticas ilícitas. Moraes citou informações prestadas pela própria defesa de Marcelo Costa Câmara.
O advogado Luiz Eduardo Kuntz disse que começou a ter contato com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, por meio de um perfil em uma rede social em janeiro de 2024. Na época, Marcelo Costa Câmara estava preso na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado, e o Supremo já havia determinado que Cid e Câmara não poderiam manter contato com outros investigados nem usar redes sociais.
De acordo com o advogado Luiz Kuntz, a conversa dele com Cid seguiu por dois meses, por uma rede social. Kuntz entregou as mensagens nesta semana ao Supremo. O advogado relatou que perguntou ao ex-ajudante de ordens sobre o processo de delação, segundo Luiz Kuntz, para tentar verificar a legalidade do procedimento – se foi tudo gravado, se houve pressão, o quão espontânea teria sido.
Na semana passada, no depoimento na ação que investiga golpe de Estado, Mauro Cid negou que tivesse conversado sobre a delação através do perfil na rede social. O ministro Alexandre de Moraes determinou a abertura de um outro inquérito para investigar o advogado Eduardo Kuntz e Marcelo Câmara. Moraes vê indícios de tentativa de obstrução da investigação ao tentar ter acesso à delação de Mauro Cid.
O ministro mandou ainda que a PF tome os depoimentos do advogado, de Marcelo Câmara e do próprio Cid em até 15 dias.
A defesa de Luiz Eduardo Kuntz e Marcelo Câmera ainda não se manifestou.
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