Chuva mata duas pessoas e deixa mais de 2 mil desabrigados no RS


Em dois dias, choveu em Canoas mais do que o volume esperado para todo o mês de junho. Chuva mata duas pessoas e deixa mais de 2 mil desabrigados no RS
Reprodução/TV Globo
A chuva dos últimos dias provocou duas mortes e tirou mais de 2 mil pessoas de casa no Rio Grande do Sul. Na noite desta quarta-feira (18), a repórter Michelle Pértile esteve em um ponto de coleta de doações na região central do estado e atualizou a situação.
Em Santa Cruz do Sul, mais de 200 pessoas precisaram sair de casa por causa da cheia do Rio Pardinho. A prefeitura montou um QG para recolher doações e oferecer abrigo, que já recebe mais de 180 moradores.
Preocupação também no Vale do Taquari, região que sofreu bastante com as enchentes de 2024. Um dos rios que cortam a cidade de Lajeado atingiu a cota de inundação nesta quarta-feira (18) à tarde. A Defesa Civil municipal levou 50 pessoas para abrigos.
Ainda na região dos vales, bombeiros seguem as buscas por um homem de 65 anos desaparecido em Candelária. Ele estava com a esposa quando a correnteza arrastou o carro do casal. O corpo da mulher foi encontrado na terça-feira (17).
Desde o começo dos temporais no sábado (14) à noite, 68 municípios relataram prejuízos à Defesa Civil gaúcha. No começo da noite, Canoas decretou situação de emergência.
A preocupação é constante com a chuva.
“Foi muita água, bastante água. Daí ficamos bastante apavorados ali em casa”, conta o eletricista Cláudio Renato Soares dos Santos.
Em dois dias, choveu 160 mm em Canoas, mais do que o volume esperado para todo o mês de junho.
“População afetada em torno de 100 mil pessoas, porque tivemos várias pessoas que, mesmo sem as águas entrarem em suas casas, foram afetadas de certa forma porque não puderam trabalhar, não tiveram transporte público”, diz Vanderlei Marcos, secretário da Defesa Civil e Resiliência Climática de Canoas.
Em Canoas, famílias que precisaram sair de casa foram para um abrigo. O sentimento de medo volta para aqueles que, em 2024, enfrentaram a pior enchente da história do município. A dona de casa Franciele de Oliveria Pires teve que ir para o abrigo com os quatro filhos.
“A minha casa estava alagando. Eu achava que ia dar pé, e cada vez estava tomando mais conta da minha casa. Não tive outra opção. É horrível. Novamente tudo de novo. É muito triste”, lamenta.
Bombeiros resgataram um homem em situação de rua debaixo de uma ponte em Alvorada. A correnteza arrastou um carro para dentro do rio, entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis, na Serra Gaúcha. O motorista, um jovem de 22 anos, morreu. A cheia do Rio Ibirapuitã, em Alegrete, afetou cerca de 250 pessoas. Aulas foram suspensas em escolas rurais e também na cidade de São Borja, onde choveu mais de 200 mm.
Na região central, um helicóptero da PM resgatou uma grávida de nove meses na cidade de Mata e a levou para Santa Maria, onde deve passar por procedimento pré-parto. Em Jaguari, o rio transbordou. Mais de 1,2 mil pessoas estão fora de casa. Seis ginásios comunitários abrigam quem perdeu tudo. O aposentado Pedro Valmor Freitas já saiu de casa três vezes por causa da enchente:
“A gente quer um pouco de esperança de que a coisa vai melhorar”.
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