
Desde 2019, a prefeitura de Fortaleza permite que estabelecimentos cobrem pelo aluguel dos equipamentos, que são ofertados amplamente pela orla em barracas que funcionam por 24 horas. Taxa da sombra: como funciona aluguel de cadeiras e guarda-sol na Praia de Iracema
Curtir um dia de sol e praia sob uma sombra fresca pode custar até R$ 30 na Praia de Iracema, em Fortaleza, para quem deseja descansar em uma estrutura com mesa, cadeiras e guarda-sol.
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Isso porque desde 2019 a prefeitura da capital permite que estabelecimentos cobrem pelo aluguel desses equipamentos, ofertados amplamente pela orla por barracas que funcionam por 24 horas.
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O g1 esteve no local na última terça-feira (3) para entender como funciona esse comércio e o que dizem os consumidores.
🔎🌊 Nesta matéria, você vai saber:
Quanto custa para alugar mesa, cadeiras e guarda-sol na Praia de Iracema?
A prática de aluguel é legal?
Como funcionam as barracas 24 horas?
O que dizem os consumidores?
Barracas na Praia de Iracema funcionam 24 horas, mas cobram até R$ 30 pelo uso de cadeiras e guarda-sol.
Gabriela Feitosa/g1
Quanto custa para alugar mesa, cadeiras e guarda-sol na Praia de Iracema?
Para alugar por até 24 horas uma estrutura de duas cadeiras de praia, mesa pequena e um guarda-sol, o consumidor pode desembolsar até R$ 30.
O preço é negociável e, com descontos, pode chegar a R$ 20. À noite, com a redução da movimentação no local, pode ser pago até R$ 10. As barracas 24 horas começaram a funcionar recentemente e realizam um rodízio de funcionários para mantê-las abertas.
Nelas, é possível comprar água, água de coco, refrigerantes, bebidas alcoólicas e mais. Somente comidas não são disponibilizadas. Como são 24 horas, isso significa que o cliente pode alugar os equipamentos, sair e voltar horas depois (dentro desse período) com local garantido.
A prática de aluguel é legal?
Consultada pelo g1, a Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) – órgão ligado à prefeitura – disse que a prática é legal e não há problema em cobrar o aluguel de mesas e cadeiras. No entanto, os estabelecimentos precisam cumprir as seguintes regras:
Possuir licença da Regional para exercer atividade econômica no local;
As cadeiras e mesas devem estar armazenadas em locais reservados e com aviso de que se encontrem destinadas à locação;
A cobrança deve ser devidamente informada no cardápio e em avisos externos.
O g1 não observou, no entanto, ampla sinalização no local sobre a cobrança dos equipamentos. Não vimos placa de sinalização ou outro recurso.
Como funcionam as barracas 24 horas?
Os estabelecimentos ficam abertos a qualquer hora do dia ou da noite. Há um rodízio de funcionários para mantê-las abertas. O g1 conversou com o vendedor Geovane de Sousa, que trabalha na Barraca Pé na Areia. Ele disse que o funcionamento por 24 horas é recente e todo material disponível para locação é privado.
Os donos de barracas pagam uma taxa à prefeitura de Fortaleza, que concede a licença e fiscaliza.
“Hoje estamos trabalhando e construindo para a prefeitura. Pagamos impostos. Aqui na nossa barraca você pode chegar, alugar sua cadeira, sair e voltar de novo. Sempre vai estar aí. A gente cobra R$ 25 ou R$ 30 e R$ 20 se a pessoa estiver sozinha”, detalhou Geovane.
Na barraca onde trabalha, são seis funcionários e um gerente. Eles se dividem para atender a escala de trabalho. Geovane disse que poucos clientes “reclamam” do preço do aluguel das cadeiras e revela que sempre faz um desconto para o público.
Essa estrutura de barracas 24 horas se localiza, principalmente, no trecho que vai da Avenida Rui Barbosa até na altura da Rua Ildefonso Albano (logo após a estátua de Iracema Guardiã).
Geovane é funcionários de uma das barracas e comenta que poucos clientes reclamam dos preços.
Gabriela Feitosa/g1
O que dizem os consumidores?
Janair e o amigo português Nunno visitam a Praia de Iracema.
Gabriela Feitosa/g1
A turista de São Paulo Janair da Silva comenta que achou acessível o valor do aluguel das cadeiras. Ela disse ser uma prática normal dos locais onde costuma visitar e revela que já pagou até R$ 70 pelo mesmo serviço em outra cidade.
“Achei o valor ‘ok’, bem acessível. Eu achei também que não tem, pelo menos durante a semana, muitas pessoas. Eu não sei também se o preço oscilaria de acordo com a demanda ou se é taxado de acordo com o seu sotaque”, comentou Janair.
O amigo de Janair, Nunno, que é português e vem pela primeira vez a Fortaleza, também não achou cara a “taxa da sombra”. Ele disse que não costuma ver esse tipo de cobrança no seu país, exceto na região de Algarve – bem turística e destino do verão europeu. “Acho que está dentro do preço. Mas também não posso falar muito porque o euro é diferente. Em São Paulo e Rio de Janeiro é um valor mais caro – uns R$ 40 ou R$ 50 para ficar na praia”, comparou o português.
A cearense Ana Kelvia critica o aluguel de cadeiras e guarda-sol em Fortaleza.
Gabriela Feitosa/g1
Já a fortalezense Ana Kelvia acha um “absurdo” pagar um aluguel para utilizar as cadeiras e o guarda-sol.
“Eu acho desnecessário. É bom porque você tem a sombra, um cantinho para sentar, tem mais dificuldade em ser assaltado. Mas acho desnecessário. O que me faz pagar o valor é pela comodidade. Se não fosse, não teria como”, comentou.
Irmãos moram em Roraima e retornaram a Fortaleza para visitar a família.
Gabriela Feitosa/g1
Os irmãos Alisson Caldas e Samuel Caldas são de Fortaleza, mas moram em Roraima e voltaram para a capital cearense para visitar a família.
Para os dois, foi mais “prático” pagar o valor do aluguel do que levar cadeiras e guarda-sol.
“Eu achei um preço justo, principalmente para turista. O pessoal daqui (de Fortaleza) tem suas próprias barracas. A gente quando vem não vai carregar esse tanto de bagagem. Achei legal e prático. Hoje pagamos R$ 20 pelo dia todo”, disse Alisson.
Samuel disse que também já chegou a pagar mais caro para ter uma “sombrinha”, cerca de R$ 50. “E, às vezes, nem cadeira tem. Escolhemos aqui porque estava mais perto do Aeroporto. O plano é ficar tranquilo”, disse Samuel.
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