
Projeto Rede de Coletores de Sementes une empresa e comunidades tradicionais para a restauração ecológica de áreas mineradas no Oeste do Pará. Trabalho de reflorestamento feito por comunidades tradicionais do Lago Sapucuá é retratado em websérie
Ascom MRN/Divulgação
As comunidades de Boa Nova e Saracá, localizadas na região do Lago Sapucuá, em Oriximiná, oeste do Pará, protagonizam a websérie “Sementes do Futuro”. Por meio de histórias reais, a Mineração Rio do Norte (MRN) apresenta o Projeto Rede de Coletores de Sementes, desenvolvido desde 2023 pelas redes Araticum Sementes Nativas e Sapucuá Sementes Amazônicas.
✅ Clique aqui e siga o canal g1 Santarém e Região no WhatsApp
Os episódios da websérie narram a transformação social a partir da capacitação de centenas de comunitários para aperfeiçoar o trabalho da coleta de sementes nativas para restauração ecológica.
A websérie descreve a construção e o trabalho das redes comunitárias de coletores, que engloba a coleta, beneficiamento, armazenamento e comercialização das sementes nativas, mostrando o compromisso da MRN com o reflorestamento e o fortalecimento socioeconômico local. A iniciativa é realizada em parceria com a Cooperativa de Produtores Rurais do Observatório Ambiental Jirau (Coopprojirau), a Associação das Comunidades das Glebas Trombetas e Sapucuá (ACOMTAGS) e o Redário, articulação de redes e grupos de coletores de sementes do Brasil.
Na visão de Vladimir Moreira, diretor de Sustentabilidade e Jurídico da MRN, essa profissionalização potencializa o conhecimento que os comunitários detêm sobre a floresta, gerando renda e conservação ambiental. “Esse é um retrato de como oportunidade e pertencimento plantam hoje as sementes de um futuro mais sustentável”, afirmou o executivo.
A mineradora já compra sementes das comunidades, mas a parceria visa ampliar o potencial de produção, diversificar os compradores, inserir os coletores no mercado nacional e promover a preservação ambiental.
Primeiro episódio da websérie traz narrativas sobre coleta de castanhas
Ascom MRN/Divulgação
Enquanto o primeiro episódio aborda a comunidade do Saracá com foco na origem, tradição e natureza, o segundo aborda a coleta, sabores, cuidado e sustentabilidade de Boa Nova. Já no terceiro episódio, representantes da mineradora, Redário e ACOMTAGS comentam a capacitação, a geração de renda e o empoderamento a partir deste trabalho – finalizando com resumo das ações de reflorestamento, legado e futuro da região.
A série integra campanha da mineradora com o mote “O futuro vive na floresta”, alinhado aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.
“A área vai ficar reflorestada e a gente vai ter história para contar para os nossos netos e bisnetos”, afirmou Silvana Evangelista Vinente, presidente da Associação dos Moradores da Comunidade Saracá.
Comunitários participam de projeto de coleta de sementes
Ascom MRN/Divulgação
Quem exerce o papel de comercial na comunidade Boa Nova é Denivaldo Laurindo. “O que agrega mais é o comércio, pois não adianta coletar uma semente, se não tiver para quem vender”.
“Há três anos recebemos o apoio da MRN, que traz consultorias para capacitar a comunidade”, elogiou José Augusto Sarmento, conhecido como seu Zeca, que representa 55 famílias coletoras da Boa Nova.
A autonomia econômica proporcionada às comunidades com o apoio técnico oferecido pela mineradora é destacada pelo diretor da ACOMTAGS, Emerson Carvalho Silva. “Foi a melhor coisa que aconteceu: trazer a informação e fazer com que essas comunidades tradicionais, principalmente aquelas que fazem acontecer a coleta de sementes, junto com as lideranças, possam ter uma certa independência para vender para fora”.
O impacto positivo na perspectiva da transformação de realidades é reforçado por Kátia Dameda, analista de Políticas Públicas em Restauração e Cadeias e articuladora do Redário. “A experiência com a Rede de Sementes mostra para esses povos que viver da floresta é possível, encontrando dignidade, qualidade de vida, respeito e orgulho com esse trabalho”, observou.
Coleta de sementes em comunidade tradicional do Lago Sapucuá, em Oriximiná
Ascom MRN / Divulgação
Miguel Gama, articulador do Redário, disse que mais importante que a geração de renda, é o desenvolvimento das famílias que fazem a coleta e promovem a restauração ecológica.
Reflorestamento com geração de renda
A MRN alia conhecimentos tradicionais com oportunidades de renda em prol do desenvolvimento socioeconômico e da conservação ambiental. A empresa já reflorestou 7,8 mil hectares na Amazônia, sendo 380 hectares no último ano. Para apoiar a produção de mudas, em 2024 a empresa adquiriu 3,5 toneladas de sementes de espécies nativas na região, promovendo a geração de conhecimento e renda nas comunidades ribeirinhas e quilombolas. As sementes são preparadas no Viveiro Florestal da mineradora, que tem capacidade para produzir 1 milhão de mudas por ano.
O processo de reflorestamento é feito a partir de modelo que associa conhecimentos tradicionais à ciência e tecnologia, contribuindo para a catalogação de novas espécies da flora amazônica.
Com investimento de R$ 2,2 milhões em 2024, a empresa também apoiou agricultores familiares com o projeto de Sistemas Agroflorestais em áreas de assentamento, além de piscicultores, beneficiando mais de 750 comunitários com formação, acompanhamento técnico e infraestrutura.
VÍDEOS: Mais vistos do g1 Santarém e Região