‘Lavei minha alma’, diz mãe de Marina Gonçalves morta e carregada em carrinho de supermercado; marido foi condenado a 34 anos de prisão


Julgamento de Pedro Araújo Cunha Parreiras durou quase 20 horas, Fórum Benjamin Colucci, em Juiz de Fora. Defesa dele disse que vai recorrer. Crime aconteceu em maio de 2018, no Bairro São Mateus; relembre. Marlene Gonçalves Cunha, mãe de Marina, assassinada pelo marido em 2018
TV Integração/Reprodução
“Lavei minha alma no sentido de ter honrado a minha filha”. O desabafo é de Marlene Gonçalves Cunha, mãe de Marina Gonçalves Cunha Parreiras, assassinada pelo marido, Pedro Araújo Cunha Parreiras. Ele foi condenado a 34 anos e 7 meses de prisão na quarta-feira (26) pelo crime ocorrido em maio de 2018, no Bairro São Mateus, em Juiz de Fora.
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“Me sinto aliviada, porque foi feita justiça. Hoje eu mensurei a gravidade desse crime, foi muito impactante. E, neste momento, estou vendo a minha filha com aquele sorriso, o meu neto de 13 anos, que ainda tem muita coisa para passar. Estou emocionada”, disse Marlene à TV Integração, após o julgamento que durou quase 20 horas, no Fórum Benjamin Colucci.
Marina Gonçalves da Cunha, foto de arquivo
Arquivo Pessoal
Segundo a sentença, ficou comprovado que Marina foi morta com brutalidade, por asfixia, em um ato de controle, frieza e desumanidade.
Todas as qualificadoras sustentadas pela acusação foram reconhecidas: motivo fútil, meio cruel, feminicídio e recurso que dificultou a defesa da vítima — além da causa de aumento de pena, por o assassinato ter sido cometido na presença do filho mais velho do casal.
Pedro também foi condenado pelos crimes de ocultação de cadáver e fraude processual, com agravante pela tentativa de apagar vestígios e manipular a cena do crime. A defesa informou que vai recorrer da decisão.
Relembre o crime
Pedro Araújo Cunha Parreiras durante prisão em 2008 em Juiz de Fora
TV Integração/Reprodução
O crime aconteceu no dia 21 de maio de 2018, no Bairro São Mateus, e causou grande comoção na cidade. O filho do casal, que tinha 7 anos na época, estava no apartamento quando a mãe foi morta.
Após o assassinato, Pedro enrolou Marina em um edredom, colocou no carrinho de supermercado e desceu até o estacionamento do prédio. De carro, levou o corpo até um terreno no Bairro Aeroporto, próximo ao Parque da Lajinha, e o arrastou até uma mata.
Câmeras de monitoramento mostraram a movimentação dele no prédio. Assista abaixo.
Vídeo mostra ações de homem que matou a esposa após o crime em Juiz de Fora
A vítima foi encontrada 10 dias depois, sem roupas, com marcas de violência no pescoço e com o rosto parcialmente desfigurado por queimaduras provocadas por um produto.
Pedro foi preso em junho, quando confessou o crime, chegou a conseguir um alvará de soltura no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, mas voltou à prisão em agosto daquele ano.
Conforme a investigação, o casal teria discutido por problemas financeiros e por um possível pedido de separação da mulher.
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