
João Vítor Fonseca Vilela foi preso em flagrante no dia 15 de fevereiro, após o acidente na MS-010, em Campo Grande. Ele teve liberdade concedida um mês depois após defesa entrar com habeas corpus. Estudante de medicina que matou corredora atropelada foi solto um mês após acidente.
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A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) decidiu por manter em liberdade provisória o estudante de medicina João Vítor Fonseca Vilela que atropelou e matou a corredora Danielle Oliveira, em fevereiro deste ano. A votação não foi unânime, teve 2 votos favoráveis e um contrário.
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Entre os argumentos da decisão assinada no último dia 24, está o de que o cárcere não cumpre função de ressocialização em determinados casos e que pode “prejudicar o futuro profissional” do envolvido.
O jovem, de 22 anos, foi preso em flagrante após o acidente, no dia 15 de fevereiro, mas teve liberdade provisória concedida um mês depois, em março. Na decisão, a justiça determinou que o estudante seguisse uma série exigências, como não mudar de residência sem autorização prévia e nem de ausentar por mais de oito dias sem comunicar a justiça.
João Vítor também teve a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa e não pode frequentar bares e restaurantes que façam a venda de bebida alcoólica.
Denúncia do MP
O estudante foi denunciado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) por homicídio e tentativa de homicídio por dolo eventual no trânsito, ou seja, quando o autor prevê a possibilidade de um resultado danoso, mas mesmo assim decide agir.
A investigação inicial aponta que o jovem estava alcoolizado ao volante e fazia “zigue-zague” ao tentar forçar uma ultrapassagem no momento em que atropelou a atleta. Ele também atingiu Luciana Timóteo, amiga da vítima, que sofreu escoriações leves.
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Relembre o acidente
Danielle Oliveira, de 41 anos, realizava um “longão” – treino de corrida a longas distâncias – na MS-010, em Campo Grande, quando foi atropelada por João Vitor.
Testemunhas relataram que o veículo estava em alta velocidade quando foi pra cima do grupo com cerca de 20 corredores que praticavam a atividade naquele momento. Segundo os relatos, além de apresentar cheiro de bebida alcoólica, o estudante estava visivelmente embriagado.
Danielle chegou a receber atendimento por socorristas que estavam no grupo de corredores. O Corpo de Bombeiros esteve no local do acidente e tentou reanimar a vítima por cerca de 1 hora, mas a mulher não resistiu e morreu às margens da rodovia, na MS-010.
O laudo da morte da corredora, assinado pelo perito Heron Leal Farias, aponta que a causa da morte da corredora foi hemorragia subaracnoidea, ou seja, um sangramento súbito que ocorre no espaço entre o cérebro e as meninges, causada por um traumatisco cranioencefálico.
O estudante cursa medicina na Faculdade Morgana Potrich, em Mineiro (GO) e estava há um mês em Campo Grande quando o acidente aconteceu.
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