‘Doutor cegonho’: quem é o médico popular nas redes sociais denunciado por lesão corporal após complicações em parto


O advogado de Wesley Timana Yovera afirmou que a denúncia foi apresentada sem que ele fosse ouvido previamente e que irá apresentar provas para demonstrar a correção da conduta médica. Obstetra é denunciado de por lesão corporal contra mãe e bebê e vira réu na Justiça do Paraná
Conhecido nas redes sociais como “Doutor Cegonho”, o médico ginecologista e obstetra Wesley Timana Yovera, ficou popular por produzir conteúdos voltados ao público materno. Em suas publicações, Wesley promovia um atendimento diferenciado, com lembranças para as gestantes e discursos voltados ao cuidado humanizado. Atendendo em Curitiba (PR) e São Paulo (SP), ele cobrava até R$ 12 mil por parto particular .
Mas, agora, Wesley foi denunciado por lesão corporal contra mãe e bebê, após um parto com complicações graves. Saiba mais abaixo.
O advogado do médico afirmou que a denúncia foi apresentada sem que ele fosse ouvido previamente e que irá apresentar provas para demonstrar a correção da conduta médica.
Médico se torna réu após ser acusado de negligência em parto que deixou bebê com sequelas graves
Conhecido nas redes sociais como “Doutor Cegonho”, o ginecologista e obstetra Wesley Timana Yovera, produzia conteúdos voltados ao público materno
Reprodução/TV Globo
Acusações e denúncias
Larissa e Leandro procuram Wesley para acompanhar a gestação do segundo filho, Luca. Segundo eles, o marketing do médico os encantou.
“Ele fazia um marketing de sonho. Muitos mimos, muitos agrados, e isso acabou nos envolvendo”, contou Larissa.
Larissa entrou em trabalho de parto na véspera da Páscoa de 2022. O processo durou 27 horas e, segundo a família, Wesley resistiu em realizar uma cesariana, mesmo com sinais de sofrimento fetal. O bebê nasceu em estado grave, após uma manobra com uso de fórceps, e foi levado à UTI neonatal sem batimentos cardíacos. Luca foi diagnosticado com paralisia cerebral grave por sofrimento fetal prolongado e ficou 91 dias internados.
A mãe também sofreu complicações. Dias após receber alta, Larissa teve hemorragia interna e precisou passar por uma cirurgia de emergência. Foi diagnosticada com rotura uterina, condição grave em que a parede do útero se rompe.
Na denúncia, os promotores afirmam que o médico demorou excessivamente para indicar uma cesárea e que sua conduta foi a causa das sequelas permanentes no bebê. Também apontam negligência ao dar alta à mãe com quadro ainda grave.
Luca foi diagnosticado com paralisia cerebral grave por sofrimento fetal prolongado
Reprodução/TV Globo
O que diz o médico
Em entrevista ao Fantástico, Wesley negou que tenha havido erro na condução do parto e argumentou que o uso do fórceps foi necessário para salvar a vida do bebê, já que uma cesariana levaria tempo demais naquele momento. Ele também responsabilizou o hospital por falhas estruturais, como a ausência de leito pronto na UTI e equipamentos com defeito. No entanto, admitiu que não registrou essas informações no prontuário.
“Eu não estou me eximindo de culpa. Acho válido que o CRM investigue, que o Ministério Público investigue. Porque tem coisas mesmo que precisam ser avaliadas”, afirmou o médico.
Sobre o risco de perder o direito de exercer a medicina, ele disse não ter medo.
“Fui acusado, não quer dizer que eu sou culpado, né?”, declarou.
‘Não estou me eximindo de culpa’, diz médico denunciado
Reprodução/TV Globo
Processo ético e possível cassação
O CRM-PR informou que o médico é investigado por duas infrações: causar dano ao paciente por ação ou omissão e imprudência ao retardar a indicação de cesárea. Caso seja comprovada infração ética, Wesley pode ser advertido ou até ter seu registro profissional cassado.
Além deste caso, há outras três investigações em andamento contra o médico. Em nota, o Hospital e Maternidade Brígida, onde ocorreu o parto, afirmou que Wesley nunca fez parte do corpo clínico da instituição e que instaurou uma auditoria interna, além de comunicar o caso ao CRM.
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