
Professor de língua portuguesa explica que muitos substantivos comuns possuem mais de uma alternativa possível para aumentativo ou diminutivo. Influenciadora que dá dica de português viraliza com aumentativos ‘incomuns’
Se alguém te perguntar qual é o aumentativo da palavra “gato”, o que você diria? Se sua resposta for “gatarrão”, você acertou. Mas se for “gatão”, você também acertou.
Assim como acontece com boa parte dos substantivos comuns — aqueles que dão nomes a seres, lugares, objetos, ideias, etc. —, há mais de um aumentativo possível para “gato”.
O mesmo acontece, por exemplo, com “faca” e “nariz”, outros exemplos usados pela professora de língua portuguesa, Débora Dias, em um de seus vídeos que viralizou. Os exemplos usados por ela são:
Barba – Barbaça
Festa – Festança
Cão – Canaz
Gato – Gatarrão
Faca – Facalhão
Nariz – Narilão
Apesar de os aumentativos estarem corretos, Daniel Bravo, professor de língua portuguesa do Cubo Global School, alerta que essas não são as únicas alternativas possíveis para algumas das palavras.
‘Narigão’ também é uma palavra válida para falar de um nariz grande, maior do que o normal. Assim como ‘festão’ pode ser usado para uma grande festa. No entanto, neste caso, além de ser um sinônimo de ‘festança’, a palavra também pode ser usada para representar um ramalhete de flores.
Mais abaixo, você pode entender melhor como os aumentativos e diminutivos são formados. Mas que tal, antes, testar seu conhecimento sobre o tema?
Quiz dos aumentativos e diminutivos
Grau das palavras
No dicionário, a definição de “casarão”.
Emily Santos/g1
Aumentativos e diminutivos servem para expressar o grau dos substantivos, para ajudar a descrever a ideia de algo menor ou maior do que o esperado.
Eles podem ser sintéticos ou analíticos.
Os aumentativos ou diminutivos analíticos são formados a partir da adição de um adjetivo — aquelas palavras que definem a qualidade de algo — para indicar aumento ou diminuição do substantivo. Por exemplo:
Carro (substantivo) + pequeno (adjetivo).
Casa (substantivo) + enorme (adjetivo).
No aumentativo ou diminutivo sintético, é adicionado um sufixo (ao final das palavras) para reforçar a ideia de um tamanho fora do padrão.
Carro + inho = carrinho.
Casa + ão/réu/arão = casão/casaréu/casarão.
Apesar disso, há palavras que não admitem o grau aumentativo ou diminutivo, sobretudo na forma sintética. O professor Daniel Bravo explica que isso ocorre, por exemplo, em três grandes grupos:
Substantivos abstratos: que expressam valores ou sentimentos, como liberdade, justiça, saudade, caridade e bondade.
Conceitos de natureza única ou absoluta: que repelem sufixos por uma questão de lógica, como oxigênio, universo, Deus e infinito.
Palavras que já foram aumentativos ou diminutivos: embora tenham surgido como uma variação de grau de outros substantivos, adquiriram um significado próprio com o tempo, muitas vezes se dissociando do sentido original. Nesses casos, elas se tornaram novos substantivos. Como exemplo, podemos citar portão (de porta), cartão (de carta), pastilha (de pasta) e cartilha (de carta).
O professor explica que na forma analítica (com apoio de um adjetivo), o uso é praticamente universal. “É perfeitamente possível nos referirmos a um cartão pequeno, um portão enorme, uma saudade grande e, no campo religioso, até mesmo a um Deus grandioso”, diz.
Mas ele reforça que o que define se um aumentativo é válido ou não é a frequência com que ele é usado, o que o torna existente.
A língua é viva e está em constante mudança. Palavras que eram comuns no passado hoje não existem mais simplesmente por não serem usadas. Da mesma maneira, novas palavras surgem o tempo todo, com novas variações e, por que não, com novos graus.
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