Suspeita foi localizada em Nova Venécia, no Norte do estado. Segundo a Polícia Federal, a prisão encerra mandados da Operação Selati, que investiga organização criminosa com atuação na Grande Vitória. Advogada é presa em sítio em Nova Venécia
Uma advogada foragida da Justiça, investigada por envolvimento em um assalto milionário e participação em uma organização criminosa, foi presa na manhã desta terça-feira (8), em Nova Venécia, no Norte do Espírito Santo. Josileide Neiman Sales foi localizada em um sítio na zona rural do município e é apontada como a última foragida da Operação Selati, deflagrada em maio de 2025.
A investigação mira uma quadrilha envolvida com tráfico de drogas, comércio ilegal de armas, lavagem de dinheiro e segurança armada clandestina nas regiões de Viana e Cariacica, na Grande Vitória. A defesa da advogada informou que a prisão foi desproporcional e que pretende recorrer da decisão.
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Segundo a Polícia Federal, as investigações começaram depois da prisão em flagrante do principal líder do grupo, por posse ilegal de armas.
Mesmo após a detenção, as atividades criminosas continuaram e passaram a ser geridas de dentro do sistema prisional, com a ajuda de familiares e advogados, que funcionavam como intermediários externos, repassando ordens e movimentando os ativos ilícitos da organização.
Sede da Polícia Federal no Espírito Santo.
Ricardo Medeiros
A prisão da advogada foi realizada por agentes da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/ES), com apoio do Serviço de Inteligência da Polícia Militar.
Em maio, um outro advogado identificado como Jerick Marques de Souza, também foi preso durante uma etapa da Operação Selati.
Na ocasião, também houve a apreensão de bens móveis e imóveis e bloqueio de contas bancárias, aplicações financeiras e ativos patrimoniais — com valor total estimado em R$ 2,6 milhões.
Roubo milionário
Segundo as investigações, a advogada já foi presa anteriormente por ligação com um roubo em um apartamento em Vila Velha, na Grande Vitória, em 2024, quando foram levados mais de R$ 1 milhão, além de joias.
Após ser solta em liberdade provisória, a suspeita teria descumprido medidas cautelares e passou a ser considerada foragida da Justiça.
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Justiça aceitou denúncia do Ministério Público
O Poder Judiciário do Espírito Santo aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público contra os envolvidos na Operação Selati.
Os réus agora responderão pelos crimes de organização criminosa armada, tráfico de drogas, posse ilegal de arma de fogo, lavagem de dinheiro e violação à legislação que regulamenta a segurança privada no Brasil.
“A prisão da advogada representa o encerramento da fase de cumprimento dos mandados expedidos na operação e reforça o compromisso das forças de segurança com a responsabilização penal de todos os envolvidos, independentemente de sua condição profissional”, afirmou a PF.
O que diz a defesa da advogada
A defesa de Josileide informou que irá recorrer contra a decisão de prisão, “uma vez que se trata de uma decisão que, além de desproporcional, afronta prerrogativas profissionais da advocacia, asseguradas por lei. Entre elas, destacamos a violação ao direito de cumprimento da prisão em local compatível com a função exercida”.
A defesa reforçou que, no último dia 26 de junho havia sido concedida uma decisão favorável à liberdade de Josileide. “O juízo, à época, reconheceu que tanto a defesa quanto a própria Dra. Josileide demonstra total interesse na rápida e efetiva resolução do caso”, finalizou.
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