
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (10) a operação “Só Oficial” para desarticular uma quadrilha que aplicava golpes em estudantes interessados em se inscrever no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). golpe enem
Reprodução
Golpistas conseguiram lucrar R$ 3 milhões e enganar mais de 35 mil alunos aplicando golpes em interessados em se inscrever no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Assim como antecipado pelo g1, os golpes envolviam a criação de sites falsos e o direcionamento do valor da taxa, pago pelos alunos, à conta dos criminosos
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (10) a operação “Só Oficial” para desarticular uma quadrilha. Segundo as investigações, que começaram no Rio de Janeiro, estelionatários montaram portais similares ao do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e os divulgaram via anúncios patrocinados nas redes sociais para atrair estudantes.
A investigação começou após relatos de que candidatos haviam feito o pagamento da taxa e não constavam como inscritos no sistema do Inep, órgão responsável pela prova. De acordo com a PF, os sites criados pelos golpistas tinham aparência semelhante à da Página do Participante, induzindo os estudantes a acreditar que estavam em um canal oficial do governo federal.
Como o golpe funcionava
Os criminosos criaram páginas falsas que simulavam o site oficial do exame, enganando os candidatos e desviando o valor da taxa de inscrição, de R$ 85.
Segundo a Polícia Federal, os criminosos criavam sites fraudulentos com aparência e linguagem visual parecidas com a do site verdadeiro do Enem. Nessas páginas, os estudantes eram orientados a preencher dados pessoais, como CPF e informações escolares, e, ao final, eram direcionados a fazer o pagamento da taxa.
A diferença é que, em vez de gerar um boleto bancário oficial vinculado ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), os sites falsos emitiam boletos ou chaves Pix que direcionavam o dinheiro para contas controladas pelos golpistas.
Os golpistas ainda divulgavam os sites falsos por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens, atraindo candidatos desatentos que estavam em busca do link de inscrição.
Prejuízo e investigação
A PF aponta que os pagamentos feitos por meio dos sites falsos não chegavam ao Inep — e, por isso, os estudantes acabavam não sendo inscritos no Enem, mesmo após realizarem o pagamento. Ao menos quatro páginas falsas foram identificadas até agora, e a Polícia trabalha para mapear outras que possam ter sido utilizadas.
Os investigadores cumpriram mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em São Paulo. Os suspeitos podem responder por crimes como estelionato, falsidade ideológica e associação criminosa.
A operação foi batizada de Só Oficial para alertar a população de que a inscrição no Enem deve ser feita exclusivamente pelo site oficial do Inep: enem.inep.gov.br/participante. O sistema exige o login da conta gov.br e não há outros meios válidos para inscrição ou pagamento da taxa.
O Inep e o MEC reforçam que candidatos devem sempre verificar o endereço eletrônico acessado e desconfiar de links compartilhados em redes sociais ou aplicativos de mensagens.
Estudantes caem em golpe da falsa inscrição do Enem