Advogado acusado de esfaquear policial em Teresina passará por exame de sanidade mental


Justiça solicita exame para comprovar sanidade mental de advogado investigado por esfaquear policial civil no PI
Polícia Civil
A 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri da Comarca de Teresina determinou um estudo de laudo médico para esclarecer a sanidade mental do advogado George Moreira Tajra Melo, investigado pelo esfaqueamento de um policial civil em dezembro de 2024, na capital Teresina.
Com a decisão, a ação civil principal que investiga o réu será suspensa temporariamente. George Moreira Tajra foi solto em fevereiro de 2025.
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Conforme a medida, divulgada no dia 14 de julho, a defesa do investigado solicitou a instauração de um incidente de insanidade mental, alegando que o advogado apresenta problemas psicológicos e que não possui total controle das próprias ações.
O Ministério Público do Estado do Piauí (MP-PI) se manifestou desfavorável ao requerimento e apontou que diagnósticos não implicam, por si sós, a incapacidade da compreensão para o cometimento de crimes.
No entanto, a 1ª Vara definiu a necessidade da realização do exame médico para verificação mais aprofundada da integridade mental do réu, feito por um perito médico.
O processo deve responder se George apresenta algum distúrbio mental, se possui laudo e o grau da patologia e se utiliza medicamentos de uso contínuo.
Além disso, o exame deverá questionar se o distúrbio em questão pode influenciar a prática de um crime, ou na incapacidade de entender o delito.
A decisão foi assinada pelo juiz Muccio Miguel Meira, no dia 9 de julho.
Caso a insanidade mental seja comprovada, o réu poderá ter a pena reduzida de um a dois terços, ou até isenção de pena.
⚖️ Artigo 26 do Código Penal: O artigo 26 do Código Penal trata da inimputabilidade penal, estabelecendo que o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, é isento de pena.
Advogado é investigado por golpear policial civil com uma faca
O advogado George Moreira Tajra Melo foi preso no dia 15 de dezembro de 2024, suspeito de golpear três vezes, no pescoço, o policial civil Jorge Antônio Pereira Lopes de Araújo Filho, lotado no município de Canto do Buriti, com uma faca no bairro Cristo Rei, Zona Sul de Teresina.
O agente, de 45 anos, foi encaminhado ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT) na época. Segundo o Sindicato dos Policiais Civis do Piauí (SINPOLPI), o policial foi esfaqueado, na noite anterior, quando tentava defender a esposa do suspeito, vítima de violência doméstica.
O advogado fugiu após o crime. Ele foi encontrado em um carro com uma mulher, que segundo o BO da prisão em flagrante, xingou os policiais e resistiu à prisão. Ela é advogada e atuava como assessora. O advogado, conforme o BO, também insultou os policiais.
Eles foram conduzidos para a Central de Flagrantes e autuados. O advogado pelos crimes de tentativa de homicídio contra agente de segurança pública, desacato, abuso de poder e desobediência.
Já a mulher, pelos crimes de desacato, abuso de poder e desobediência. A assessora pagou fiança de R$ 10 mil e foi solta.
Na data, o delegado Antônio Marques Filho, da central, pediu a conversão da prisão em flagrante do suspeito para preventiva. Alegando que para garantia de ordem pública ele deveria ficar preso, pois é envolvido em um caso de homicídio ocorrido no ano de 2012.
O advogado teve a prisão convertida em preventiva ainda na manhã do dia 15 e só foi colocado em liberdade no dia 19 de fevereiro de 2025. O g1 tentou, mas não conseguiu contato com a defesa dele.
Quais as diferenças entre a prisão temporária e a preventiva?
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