
Um dos pontos altos da Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC 2025), que termina hoje, foi a divulgação de diretrizes para o diagnóstico, tratamento e cuidados com pessoas com demência. A entidade dá ênfase especial à utilização de exames de sangue em pacientes com declínio cognitivo que possam identificar se eles têm Alzheimer e em que estágio se encontra a enfermidade.
Alzheimer: biomarcadores sanguíneos podem ajudar a identificar a enfermidade num estágio inicial
Geralt para Pixabay
Nos últimos anos, a ciência avançou na identificação de biomarcadores sanguíneos promissores para a detecção precoce de demências. Comparados aos métodos tradicionais – como a coleta de líquido cefalorraquidiano ou a tomografia por emissão de pósitrons (PET) do cérebro – a análise do sangue é menos invasiva e mais acessível.
Os biomarcadores sanguíneos (blood-based biomarkers) são substâncias detectáveis no sangue que indicam a presença de doenças. Para Maria Carrillo, diretora científica da Associação, essa abordagem é o caminho a ser seguido, porque seu baixo custo possibilita que seja amplamente utilizado. Na conferência, ela repetiu seu mantra: “healthy people happen locally”, que pode ser traduzido como “pessoas saudáveis são produto de suas comunidades”, isto é, a atenção primária é primordial para a longevidade ativa dos indivíduos – e exames mais baratos ajudam bastante.
Carrillo, que também é coautora das diretrizes, acredita que assistimos a um momento decisivo na luta contra o Alzheimer: “pela primeira vez, podemos propor orientações baseadas em rigorosas evidências científicas. O uso de biomarcadores sanguíneos nos levará a um novo patamar, com diagnósticos mais rápidos e acessíveis”.
Na prática, a recomendação se aplica a pacientes com declínio cognitivo que estão sendo acompanhados por causa de distúrbios de memória. Nesses casos, testes de plasma para tau fosforilada (p-tau) e beta-amiloide (Aβ) podem funcionar como uma ferramenta eficaz de triagem, descartando , com alto grau de segurança, a Doença de Alzheimer. Entretanto, a supervisão de um especialista é indispensável.
Alzheimer é a forma mais comum de demência