
João Pessoa e Campina Grande têm aumento nos casos de atropelamento em 2025
Banco de imagens / Freepik
No primeiro semestre deste ano, os Hospitais de Trauma de João Pessoa e Campina Grande atenderam 839 pessoas atropeladas. Isso significa que, em média, três vítimas deram entrada nas unidades por dia por causa desse tipo de acidente.
Os dados são dos setores de estatística dos hospitais e mostram que, entre janeiro e 5 de agosto de 2025, o total de atendimentos aumentou 12,4% em comparação ao mesmo período de 2024, quando foram registrados 746 casos. Em João Pessoa, foram 526 casos registrados, enquanto que em Campina Grande, foram 313.
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Perfil das vítimas de atropelamento
Os números mostram que adultos e idosos estão entre os mais afetados. Somando os atendimentos nas duas unidades, foram mais de 580 vítimas com 20 anos ou mais, o que representa a maioria dos casos.
As estatísticas mostram ainda que crianças, adolescentes e jovens também estão entre as vítimas: 114 pessoas com até 19 anos foram atendidas por atropelamento neste ano.
Além da faixa etária, o levantamento também aponta uma diferença significativa quanto ao sexo das vítimas. Mais de 370 dos atropelados são homens, o que confirma uma tendência já observada em anos anteriores: os homens continuam sendo a maior parte dos envolvidos nesse tipo de acidente.
‘Sentimento de revolta’, diz passageiro que sobreviveu a atropelamento em Campina Grande
Sobrevivente de atropelamento em Campina Grande relata momento do acidente
Pedro Henrique, passageiro de uma moto em uma corrida por aplicativo, sobreviveu com ferimentos leves a um acidente grave na Rua dos Avelozes, em Campina Grande, no último sábado (2). O piloto da moto, de 42 anos, não resistiu aos ferimentos após cair da moto e ser atropelado por um carro. Ele morreu no Hospital de Trauma de Campina Grande.
Ele explicou que esperou o socorro e a polícia no local para prestar esclarecimentos e relatou à TV Cabo Branco o que sentiu:
“Foi um livramento. Eu aguardei o Samu vir para atender Ronaldo, esperei também que a polícia chegasse para dar as informações. Fiquei apenas com escoriações leves. Tive muita sorte. Assim que a gente caiu, eu olhei para trás e vi toda a cena. Foi um choque na hora. Fiquei com um sentimento de revolta. Que a pessoa que fez isso com a gente assuma a responsabilidade”, disse.
Câmeras de segurança registraram o acidente. O carro, ao tentar ultrapassar outro veículo, bateu na moto e arremessou os dois ocupantes ao chão. Em seguida, o piloto foi atropelado por outro carro que vinha na contramão.
O motorista que causou o acidente, Emanuel Policarpo, de 31 anos, foi preso pela Polícia Militar, passou por audiência de custódia e foi levado para um presídio em Campina Grande. A polícia também investiga o motorista do segundo carro, que atropelou o motociclista após a queda e fugiu sem prestar socorro.
Travessia fora da faixa é principal causa de atropelamento, diz PRF
A Polícia Rodoviária Federal aponta que a principal causa de atropelamento nas rodovias federais da Paraíba é a travessia de pedestres em locais perigosos e sem sinalização adequada.
Segundo o PRF Fábio Ramalho, muitos acidentes ocorrem porque as pessoas atravessam a pista em áreas sem passarela, sem faixa ou sem considerar um ponto mais seguro.
“Quando fizer a travessia nas rodovias federais, procure fazer essa travessia onde tem passarelas. Onde não houver, use faixas de pedestres ou locais com semáforos. Se não houver nenhum desses, procure atravessar em locais longe de curvas, onde os veículos tendem a transitar com velocidade menor. Usar roupas claras também ajuda na visibilidade”, explicou.
Para os motoristas, Fábio recomenda atenção redobrada, principalmente em áreas urbanas ou trechos com presença de comércios e residências. A PRF orienta:
Reduzir a velocidade em locais com travessia de pedestres;
Observar a sinalização vertical e horizontal;
Antecipar situações de travessia inesperada;
Manter distância segura dos demais veículos.
Segundo Fábio Ramalho, o respeito às regras básicas de trânsito ainda é o melhor caminho para evitar acidentes:
“As principais causas são a falta de atenção e o desrespeito às normas de circulação. Isso inclui uso de celular ao volante, não usar cinto, dirigir sob efeito de álcool, excesso de passageiros, e também não verificar as condições do veículo, como freios e pneus”, disse.
*Sob supervisão de Dani Fechine
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