Golpe na Uber: tatuagens ajudaram a polícia a desvendar fraude de R$ 114 mil


Polícia Civil investiga fraude de R$ 114 mil contra a Uber
As tatuagens no corpo de um homem sem camisa, que aparecia em repetidas fotos usadas no sistema de biometria da Uber, foram a pista que levou a Polícia Civil do RJ a identificar o principal suspeito de um esquema que causou prejuízo de R$ 114 mil com viagens fraudulentas.
Segundo a Delegacia de Defraudações, as imagens eram manipuladas com inteligência artificial para inserir rostos de outras pessoas, mas as marcas na pele continuavam as mesmas — e coincidiam com as de Pedro Pascoli Plata Souza, apontado como chefe do golpe.
A Operação Rota Falsa, deflagrada nesta quarta-feira (13), também tem como alvo Yasmim Gusmão Soares, em cujo nome estavam as contas bancárias usadas para receber os pagamentos.
A TV Globo tenta contato com a defesa deles.
Imagens manipuladas atribuídas a Pedro Pascoli; a foto sem filtro mostra ele sentado
Reprodução
Como funcionava o golpe
De acordo com as investigações, o grupo criava contas de motoristas e passageiros. As corridas eram solicitadas com pagamento via Pix e, durante o trajeto, recebiam paradas adicionais que aumentavam bastante o valor final. A Uber repassava ao “motorista” o preço integral, mas o “passageiro” nunca pagava o adicional.
Na prática, o “cliente” era quase sempre um perfil frio, que ficava com a cobrança pendente e depois era abandonado. A própria Uber identificou cerca de 2 mil corridas suspeitas e acionou a polícia em dezembro de 2024.
Das 484 contas envolvidas no golpe, 478 foram criadas no endereço de Pedro Pascoli. As viagens eram feitas por “motoristas” cujos dados bancários estavam no nome de Yasmim.
Pedro Pascoli Plata Souza: tatuagens o identificaram
Reprodução/TV Globo
Operação e antecedentes
A ação desta quarta cumpriu 5 mandados de busca e apreensão. Pedro foi encontrado em casa, no Alto da Boa Vista, e Yasmim foi levada para prestar depoimento na Cidade da Polícia.
Segundo a polícia, Pedro já havia sido preso em 2014 por associação ao tráfico de drogas e, nos últimos anos, teria migrado para crimes de estelionato. Ele pode responder ainda por associação criminosa.
A investigação segue para apurar a participação de outros envolvidos e possíveis golpes semelhantes em outras regiões.
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