Esposa de delegado afastado por assédio tentou coagir família de vítima com foto e mensagens: ‘Beijos nas crianças’


Esposa de delegado afastado por assédio tentou coagir família de vítima com foto e mensagens
Reprodução/Redes sociais
A esposa do delegado Henrique César Falleiros, afastado da chefia da Delegacia Regional de Curvelo (MG) após denúncias de uma analista da Polícia Civil, tentou coagir a família da vítima com mensagens nas redes sociais.
Pelo WhatsApp, Amanda de Paula Souza Falleiros pediu que o marido da funcionária pública desistisse de levar o caso adiante, disse para ele dar “beijos nas crianças” e enviou duas fotos dos filhos do casal enterrados na areia (veja acima).
“Tenho umas mensagens bem úteis aqui, caso vocês decidam manter essa versão de assédio. […] Nós não temos que sair de Curvelo! Vocês que se recolham a Inimutaba!”, escreveu.
Depois das conversas na plataforma, a mulher do delegado passou a ser investigada no inquérito que apura se ele cometeu os crimes de assédio sexual, moral, perseguição e ameaças contra a servidora.
As apurações estão à frente da Corregedoria-Geral da PC e do Ministério Público, que solicitou a aplicação da Lei Maria da Penha e medidas protetivas contra os suspeitos (leia mais abaixo).
A TV Globo tentou contato com as defesas de Amanda e Henrique Falleiros, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
Denúncias levaram a afastamento
Delegado é afastado da chefia da Regional de Curvelo após denúncias de assédio e ameaças
O afastamento de Henrique César Falleiros foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) desta quarta-feira (20). Ele permanece como delegado de carreira, mas sem o cargo de chefia.
Segundo relatos da vítima, após anos de convivência profissional, Falleiros passou a criar situações em que os dois ficassem sozinhos e fazer elogios à aparência e à inteligência dela. Em um episódio dentro da delegacia, ele teria abraçado e beijado a analista à força.
A situação se agravou quando a esposa do delegado descobriu mensagens enviadas por ele à funcionária pública e passou a coagi-la. A servidora contou ainda que começou a sofrer assédio moral no ambiente de trabalho, sendo ameaçada de transferência e impedida de exercer suas funções.
Medidas protetivas
Com base nos relatos, o Ministério Público pediu a aplicação da Lei Maria da Penha, destacando que a violência de gênero pode ocorrer também no ambiente profissional.
A Justiça aceitou o pedido e determinou medidas protetivas. Agora, o delegado e a esposa dele estão proibidos de se aproximar da vítima e de seus filhos em um raio de 200 metros, além de manter qualquer tipo de contato.
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