Moradores relatam coceiras, alergias e prejuízos econômicos; especialistas apontam desequilíbrio ambiental e defendem ações intersetoriais O presidente da Câmara de Vereadores do Rio, Carlo Caiado (PSD), anunciou a criação de uma comissão especial para enfrentar a infestação de borrachudos — pequenos insetos —, que têm causado transtornos na cidade.
Nesta terça-feira (17), os parlamentares fizeram uma audiência pública, presidida pelo vereador Marcelo Diniz (PSD), para discutir soluções para o problema.
Precisamos entender as causas dessa infestação, até para combatê-la melhor. Temos até casos de gente com infecções mais sérias”, afirmou Caiado.
Desde maio, moradores relatam inchaço, coceira, vermelhidão, e até reações alérgicas provocadas pelas picadas dos insetos.
Especialistas explicam o desequilíbrio ambiental
Os borrachudos se reproduzem em águas correntes e limpas, como rios e córregos, especialmente em regiões próximas a áreas de mata. Segundo o biólogo Paulo Sérgio Gama, representante da Secretaria de Meio Ambiente e Clima, o principal fator de desequilíbrio ambiental que favorece a proliferação dos insetos é o excesso de matéria orgânica nos córregos, como lixo e esgoto.
“As larvas se alimentam dessa matéria orgânica. O problema não é o mosquito em si, que tem função ecológica, mas o desequilíbrio ambiental que favorece sua multiplicação descontrolada”, explicou o biólogo.
Ele também destacou a importância da preservação da mata ciliar e do incentivo a projetos como o Mutirão Reflorestamento e os Guardiões dos Rios, que ajudam a restabelecer o equilíbrio natural por meio da recuperação de áreas verdes e da presença de predadores naturais, como libélulas, anfíbios e pássaros.
Moradores das Zonas Oeste e Norte do Rio relatam infestação do borrachudo
Fumacê não funciona — mas BTI sim
Já o subsecretário de Promoção da Saúde, Renato Cony, reforçou que o fumacê não é uma medida eficaz contra os borrachudos, ao contrário do que muitos moradores imaginam. O veneno não atinge os insetos adultos da espécie, que são muito pequenos e rápidos.
“O fumacê só afasta temporariamente o mosquito. Ele volta depois de dois ou três dias. E ainda piora o problema, porque elimina os predadores naturais, como libélulas e pássaros”, afirmou.
Renato Cony defendeu o uso do BTI (Bacillus thuringiensis israelensis), um larvicida biológico eficaz contra as larvas do borrachudo. No entanto, ele alertou que o BTI tem ação limitada no tempo e precisa ser aplicado com frequência — o que exige estrutura e planejamento contínuos.
“A aplicação do BTI é importante, mas não é suficiente se não houver a limpeza constante das pedras, onde os ovos se alojam, e a preservação das matas que regulam o ecossistema”, explicou.
Impacto social e econômico
Durante a audiência, vereadores relataram os efeitos da infestação no cotidiano da população. O vereador Rogério Amorim classificou a situação como uma calamidade pública:
“Está impossível sobreviver no Alto da Boa Vista. Restaurantes estão fechando, festas sendo canceladas, escolas esvaziadas. As pessoas não conseguem mais sair de casa”, afirmou.
Outros parlamentares destacaram que o problema afeta não apenas a saúde, mas também a economia local, o lazer, a educação e até a prática religiosa, com igrejas esvaziadas por conta do incômodo causado pelos insetos.
Próximos passos
A comissão especial da Câmara deve apresentar um plano de ação nos próximos dias, com base nas propostas discutidas na audiência.
Os vereadores também se comprometeram a encaminhar todas as demandas levantadas pela população e pelos especialistas à Prefeitura do Rio de Janeiro o mais breve possível, buscando garantir respostas rápidas e efetivas.
A expectativa é que a prefeitura do Rio de Janeiro consiga articular medidas sustentáveis e eficazes para devolver dignidade e segurança aos moradores afetados.
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Nesta terça-feira (17), os parlamentares fizeram uma audiência pública, presidida pelo vereador Marcelo Diniz (PSD), para discutir soluções para o problema.
Precisamos entender as causas dessa infestação, até para combatê-la melhor. Temos até casos de gente com infecções mais sérias”, afirmou Caiado.
Desde maio, moradores relatam inchaço, coceira, vermelhidão, e até reações alérgicas provocadas pelas picadas dos insetos.
Especialistas explicam o desequilíbrio ambiental
Os borrachudos se reproduzem em águas correntes e limpas, como rios e córregos, especialmente em regiões próximas a áreas de mata. Segundo o biólogo Paulo Sérgio Gama, representante da Secretaria de Meio Ambiente e Clima, o principal fator de desequilíbrio ambiental que favorece a proliferação dos insetos é o excesso de matéria orgânica nos córregos, como lixo e esgoto.
“As larvas se alimentam dessa matéria orgânica. O problema não é o mosquito em si, que tem função ecológica, mas o desequilíbrio ambiental que favorece sua multiplicação descontrolada”, explicou o biólogo.
Ele também destacou a importância da preservação da mata ciliar e do incentivo a projetos como o Mutirão Reflorestamento e os Guardiões dos Rios, que ajudam a restabelecer o equilíbrio natural por meio da recuperação de áreas verdes e da presença de predadores naturais, como libélulas, anfíbios e pássaros.
Moradores das Zonas Oeste e Norte do Rio relatam infestação do borrachudo
Fumacê não funciona — mas BTI sim
Já o subsecretário de Promoção da Saúde, Renato Cony, reforçou que o fumacê não é uma medida eficaz contra os borrachudos, ao contrário do que muitos moradores imaginam. O veneno não atinge os insetos adultos da espécie, que são muito pequenos e rápidos.
“O fumacê só afasta temporariamente o mosquito. Ele volta depois de dois ou três dias. E ainda piora o problema, porque elimina os predadores naturais, como libélulas e pássaros”, afirmou.
Renato Cony defendeu o uso do BTI (Bacillus thuringiensis israelensis), um larvicida biológico eficaz contra as larvas do borrachudo. No entanto, ele alertou que o BTI tem ação limitada no tempo e precisa ser aplicado com frequência — o que exige estrutura e planejamento contínuos.
“A aplicação do BTI é importante, mas não é suficiente se não houver a limpeza constante das pedras, onde os ovos se alojam, e a preservação das matas que regulam o ecossistema”, explicou.
Impacto social e econômico
Durante a audiência, vereadores relataram os efeitos da infestação no cotidiano da população. O vereador Rogério Amorim classificou a situação como uma calamidade pública:
“Está impossível sobreviver no Alto da Boa Vista. Restaurantes estão fechando, festas sendo canceladas, escolas esvaziadas. As pessoas não conseguem mais sair de casa”, afirmou.
Outros parlamentares destacaram que o problema afeta não apenas a saúde, mas também a economia local, o lazer, a educação e até a prática religiosa, com igrejas esvaziadas por conta do incômodo causado pelos insetos.
Próximos passos
A comissão especial da Câmara deve apresentar um plano de ação nos próximos dias, com base nas propostas discutidas na audiência.
Os vereadores também se comprometeram a encaminhar todas as demandas levantadas pela população e pelos especialistas à Prefeitura do Rio de Janeiro o mais breve possível, buscando garantir respostas rápidas e efetivas.
A expectativa é que a prefeitura do Rio de Janeiro consiga articular medidas sustentáveis e eficazes para devolver dignidade e segurança aos moradores afetados.
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