Festival no CCBB-RJ celebra cultura dos paredões de som


Festival no CCBB-RJ celebra cultura dos paredões de som
Do funk carioca ao pagodão baiano, passando pelo arrocha e pelas batidas eletrônicas, os ritmos que nascem nas ruas e periferias de todo o Brasil ganham destaque no Festival Paredão, que começou nesta quinta-feira (17) no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Centro do Rio. O evento, que vai até sábado (19) celebra a cultura dos paredões de som automotivo — verdadeiras usinas sonoras que movimentam festas populares por todo o país.
Quem vê de fora pode até achar que se trata de uma caminhonete comum. Mas a carroceria, equipada com dezenas de caixas de som e luzes neon, se transforma em palco e pista de dança ambulante. É o caso do DJ Bernardo Pimentel, dono de um desses paredões móveis.
“Comecei como todo adolescente, mudei o ambiente, foi aumentando até que virou trabalho”, contou Bernardo.
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Esses paredões, comuns no interior e nas periferias, se tornaram símbolo de uma cultura vibrante, que transforma o espaço urbano em território de celebração coletiva. Um dos exemplos mais expressivos vem de São Paulo: o Baile da DZ7, em Paraisópolis, que nasceu de uma caixinha de som na rua e hoje chega a reunir 10 mil pessoas.
“Hoje se transformou num ecossistema cultural, né? Hoje é mecanismo de renda para a comunidade, para os artistas. A gente forma artistas, MCs, DJs para o mercado de trabalho. É ferramenta. A cultura mantém a cultura viva”, explica Raul da 17, fundador do baile e líder cultural.
Foi nesse cenário que o DJ Keevin encontrou uma nova profissão. “Eu comecei a sair muito em 2021, principalmente para Heliópolis com meus amigos, porque eu gostava muito desse estilo de música. Aí conheci alguns artistas direto no baile mesmo, e foi onde eles me mostraram outro mundo, que seria a produção musical. Foi onde eu comecei a aprender, fui atrás e hoje em dia eu consegui, né? Aí eu sou um artista e produtor musical pela 17”, conta ele.
Keevin é uma das atrações do festival no CCBB. O Festival Paredão oferece três dias de programação gratuita, com shows, exibição de filmes e rodas de conversa. E o que não falta é som potente.
No Rio, o paredão é a cara do funk carioca. Em São Paulo, ganha batidas mais pesadas do chamado funk paulista.
“Os beats do carioca acabam um pouquinho mais leves, e o de São Paulo é um pouco mais pesado, né?”, explica Raul da 17. Já na Bahia, o que domina os alto-falantes é o pagodão e o arrocha.
Festival no CCBB-RJ celebra cultura dos paredões de som
Reprodução/RJ2
“Na Bahia, pagodão e arrocha, né? Aqueles que pulsam na Bahia. Um é aquela sofrência que é normalmente para os coroas — a gente sabe, nosso pai, nossa mãe, tá lá arrochando juntinho — e a juventude tá no paredão metendo dança com o pagodão”, descreve o produtor musical e DJ RDD.
As festas de rua com paredão estão por toda Salvador. “Além de uma economia que acontece nos bairros, também tem essa efervescência cultural, musical, artística que traz essa coisa como um celeiro, um agente cultural. O paredão é um movimento cultural da periferia, é um movimento cultural das periferias do Brasil inteiro”, afirma RDD.
Muito mais que equipamento de som, o paredão é expressão viva de identidade, resistência e alegria — uma batida que transforma a rua em palco e a multidão em protagonista.
Serviço:
Festival Paredão
🗓️ Quando? 17, 18 e 19 de julho (quinta a sábado)⏰ Horários: Ciclo de debates: 16h30 Mostra de filmes: 19h Apresentações musicais: • Quinta: 21h às 2h • Sexta e sábado: 21h às 4h 📍 Onde? CCBB Rio de Janeiro – Rua Primeiro de Março, 66 – Centro 💲 Entrada: Gratuita mediante retirada de ingressos no site🔗 Mais informações também no Instagram no evento @festivalparedao
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