Polícia Civil conclui inquérito de desvio que pode chegar a R$ 2 milhões em empresas de MG; casal segue preso e MP analisa denúncia


A Polícia Civil concluiu a investigação sobre o desvio de dinheiro de três empresas do ramo alimentício em Pouso Alegre (MG). O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público, que agora analisa o material e pode decidir pelo oferecimento de denúncia contra os envolvidos. O casal suspeito continua preso.
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Wellita Maria Rodrigues Fortes Carvalho, de 37 anos, está detida em Santa Rita do Sapucaí. Já o marido dela, José Henrique Alexandre dos Santos, de 36, está no presídio de Pouso Alegre, segundo informou a Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais.
Durante as investigações, a Justiça determinou o bloqueio de bens do casal, a quebra do sigilo bancário e a análise de celulares apreendidos. De acordo com a Polícia Civil, Wellita trabalhava no setor administrativo das empresas havia cinco anos e teria se aproveitado do cargo para realizar pagamentos fraudulentos.
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Reprodução redes sociais
A suspeita quitava boletos emitidos em nome das empresas, mas com o próprio marido e outros familiares como destinatários. A movimentação chamou atenção dos empregadores após a funcionária passar a ostentar um padrão de vida incompatível com o salário, estimado em cerca de R$ 3 mil mensais. Segundo a defesa das empresas, o casal costumava publicar fotos de viagens internacionais nas redes sociais.
A advogada das empresas, Jéssica Ferrazani, contou que Wellita chegou a assinar uma confissão de dívida no valor de R$ 800 mil.
“Ela assumiu de forma muito tranquila, inclusive de forma espontânea. Foi exonerada, teve o contrato rescindido, mas depois descobrimos que o valor era muito superior ao que imaginávamos”, afirmou.
Os levantamentos feitos pela defesa das empresas apontam, inicialmente, um prejuízo de R$ 595 mil. Na primeira empresa, foram detectados 11 pagamentos suspeitos que somam mais de R$ 288 mil. Na segunda, outros 11 lançamentos irregulares totalizam R$ 234 mil. Já na terceira empresa, sete transações indevidas causaram prejuízo de cerca de R$ 73 mil. No total, foram identificadas 695 movimentações suspeitas entre fevereiro e dezembro de 2024.
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Reprodução redes sociais
Apesar do valor apurado até agora, os empresários acreditam que o rombo seja maior.
“Estima-se um valor aproximado a R$ 2 milhões. Ainda vamos averiguar outros períodos. Se houver indícios de crime, serão feitas novas notícias-crimes”, completou a advogada.
Ainda segundo a polícia, essa não é a primeira vez que Wellita é investigada por esse tipo de crime. Em 2015, ela foi indiciada em um caso semelhante envolvendo uma empresa multinacional fabricante de helicópteros em Itajubá (MG).
O Ministério Público confirmou o recebimento do inquérito e informou que o material está em análise. Sobre o processo anterior envolvendo a empresa em Itajubá, não houve atualização até o momento. A reportagem tentou contato com a defesa do casal, mas não obteve retorno.
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