Tainá Sousa e mais sete investigados são denunciados à Justiça por crimes relacionados ao ‘Jogo do Tigrinho’, em São Luís


Influenciadora é apontada como chefe de esquema de jogos ilegais e lavagem de dinheiro
A Polícia Civil indiciou oito pessoas investigadas por lavagem de dinheiro e organização criminosa relacionada a divulgação do ‘Jogo do Tigrinho’, em São Luís, que tinha como principal alvo a influenciadora digital Tainá Sousa.
No decorrer das investigações da Operação Dinheiro Sujo, a polícia afirma que descobriu como funcionava o esquema para ganhar dinheiro de forma ilegal e montou o organograma da quadrilha, liderada pela Tainá Sousa. Eram três grupos principais:
1º Núcleo
Responsável por divulgar o jogo e atrair vítimas dentre os seguidores
Composto por:
Influenciadora Tainá Sousa – Líder do grupo criminoso
Vitor Lima, irmão de Tainá
Neto Duailibe, ex-namorado de Tainá
Isabela Thalita Nascimento Gonçalves e Marília Dutra
Organograma do grupo criminoso liderado por Tainá Sousa, segundo a polícia
Reprodução/TV Mirante
2º Núcleo
Responsável pela lavagem de dinheiro com a compra de imóveis e investimentos bancários
Composto por:
Tainá Sousa
Maria Angélica Roxo Lima – Advogada de Tainá Sousa
Otávio Teodósio Filho – Pai de Tainá Sousa
Vitor Lima, irmão de Tainá
Neto Duailibe, ex-namorado de Tainá
3º Núcleo
Responsável pela segurança do grupo, o que incluía policiais militares e outros seguranças que realizavam o trabalho pela influenciadora de forma irregular
Composto por:
Um homem identificado apenas como ‘Davi’
Maria Angélica Roxo Lima – Advogada de Tainá Sousa
Lauanderson Silva Salazar – Policial militar
Tainá segue presa
Foto de registro de prisão de Tainá Sousa no Sistema Penitenciário do Maranhão
g1
De todos os investigados, Tainá é a única que está presa preventivamente pelos crimes pois teria descumprido medidas cautelares. A polícia cita que ela estava impedida de usar as redes sociais, mas alterou o perfil no Instagram de ‘público’ para ‘privado’, o que foi considerado pela Justiça.
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O delegado que coordena as investigações, Pedro Adão, citou ainda a ‘lista de execução’ de autoridades que foi encontrado em uma conversa ligada à Tainá. A defesa da influenciadora chegou a dizer que se tratava de uma conversa com um ‘pai de santo’, o que é negado pelo delegado.
“A gente aponta uma intenção homicida, mas não um plano concreto. Mas é preciso destacar que não foi uma conversa de cunho religioso ou de fé. Não foi conversa com ‘pai’ de santo, e sim com o pai biológico.
Mensagens entre Tainá e o pai, Otávio, indicavam uma lista de pessoas marcadas para morrer, segundo a polícia
Reprodução/TV Mirante
Nas mensagens encontradas no celular de Otávio, pai de Tainá, há uma conversa em que a influenciadora parece comemorar a morte do blogueiro Luís Cardoso, que foi encontrado sem vida, em casa, no mês de abril.
Veja também: Quem é a Tainá Sousa, presa por elaborar ‘lista de execução’ de autoridades em São Luís
Tainá fala ainda que ‘ainda tem uns 5 para ferver’, e cita um jornalista, o deputado estadual Yglésio Moisés, além do próprio delegado Pedro Adão. Segundo a Polícia, os citados na lista são pessoas que atuam de forma ativa no combate aos jogos ilegais, como o “Jogo do Tigrinho”, o que iria contra os planos da influenciadora.
Influenciadora é presa em São Luís suspeita de chefiar grupo criminoso e elaborar ‘lista de execução’
Reprodução/ TV Mirante
Sobre a operação
A operação ‘Dinheiro Sujo’ foi realizada no dia 30 de agosto para cumprir mandados de busca e apreensão contra cinco influenciadores que fariam parte de um grupo criminoso liderado por Tainá.
De acordo com a polícia, o grupo utilizava redes sociais para divulgar o ‘Jogo do Tigrinho’, atraindo vítimas por meio de promessas enganosas de lucros rápidos e elevados. Os seguidores eram estimulados a se cadastrar e depositar valores em plataformas de jogos do tipo caça-níqueis, operadas por indivíduos que contratavam os influenciadores investigados para impulsionar a divulgação.
Tainá Sousa (à direita) e outros quatro influenciadores foram alvo de operação contra lavagem de dinheiro, em São Luís
g1
Além de Tainá Sousa, também foram alvos os influenciadores Maria Angélica, Otávio Filho, Otávio Vitor e Neto Duailibe. Para a polícia, todos usavam suas imagens para promover os jogos e levar as vítimas para um grupo de WhatsApp em nome da Tainá Sousa. O grupo também tinha uma advogada, que era encarregada pela lavagem de dinheiro, segundo a polícia.
Como parte das medidas judiciais da operação, foi determinado o bloqueio de R$ 11.424.679,00 dos investigados, além do sequestro e apreensão de uma moto aquática e veículos de luxo, incluindo modelos como Range Rover Velar, Range Rover Evoque, BMW e Toyota Hilux.
Ainda segundo a Polícia Civil, Taíná já responde a processos judiciais por outros crimes. Em uma ação criminal, ela figura como ré por furtos continuados, após usar um cartão de crédito pertencente a uma pessoa falecida para realizar diversas compras no mesmo dia do óbito. Ela confessou os crimes e firmou acordo de não persecução penal, tendo o processo sido suspenso provisoriamente.
Veículos apreendidos durante a operação contra Tainá Sousa e outros influenciadores, em São Luís
Divulgação/Polícia Civil
Além disso, a investigada também é alvo de um inquérito por maus-tratos a animais e incitação ao crime. As denúncias indicam que ela ofereceu bebidas alcoólicas e energéticas ao próprio cão de estimação, filmou a ação e publicou nas redes sociais.
Tainá, que tinha 127 mil seguidores no Instagram, também teve as redes sociais bloqueadas pela Justiça. O g1 entrou em contato com os influenciadores citados e aguarda retorno sobre as acusações apontadas pela polícia.
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