Quando o estresse vira pânico


Falta de ar, taquicardia, tontura e desconforto no peito que surge do nada. Separados, esses sintomas já são suficientes para causar preocupação. Agora, imagine acontecendo de uma só vez, com duração de cerca de 10 minutos e somados a um medo intenso de morrer. Pode ser uma crise de pânico.
A Síndrome do Pânico é um tipo de transtorno de ansiedade marcado por crises repentinas e intensas, que vêm acompanhadas de uma sensação de que algo ruim está prestes a acontecer, mesmo que não haja sinais de perigo iminente. Para quem passa por isso — e até para quem presencia — a experiência é tão angustiante que é comum correr para o pronto-socorro. Lá, após exames, os sintomas muitas vezes podem ser confundidos com outras doenças, como infarto, arritmia. E quando não se encontra nenhuma causa física para explicar os sintomas, o paciente pode até receber rótulos equivocados, o que só aumenta a sensação de incompreensão e constrangimento.
Mesmo reconhecendo que os medos são irracionais, a sensação de ameaça constante é tão intensa que compromete a qualidade de vida. Com o tempo, o medo começa a ditar regras: evitar horários de pico no trânsito por medo de ficar preso; lugares cheios, recusar convites ou até mesmo ficar sozinho em casa pode gerar pavor.
Embora as causas sejam multifatoriais – que vão de fatores genéticos a experiências traumáticas – o estresse extremo da vida moderna é um gatilho importante. Pressões no trabalho, conflitos interpessoais, mudanças repentinas, fadiga mental e emocional, além de um estilo de vida marcado por privação do sono, sedentarismo e excesso de cafeína, deixam corpo e mente em estado de alerta permanente. Esse acúmulo de tensão aumenta a vulnerabilidade emocional, disparando crises que caracterizam a Síndrome do Pânico.
Reconhecer a relação entre estresse elevado e as crises de pânico é fundamental para a prevenção. É preciso estar atento à rotina diária, pois é difícil perceber quando adoecemos, especialmente quando estamos mergulhados em tantas tarefas e preocupações que exigem mais do que podemos suportar.
O tratamento não se resume apenas à combinação de medicação e psicoterapia. Ele envolve também o cuidado com equilíbrio emocional, o que significa repensar o estilo de vida e reconhecer, com clareza, os próprios limites. Créditos: Joselene L. Alvim- Psicóloga
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