Acusados de transportar meia tonelada de cocaína em caminhão de melancia viram réus por tráfico


Nove investigados viram réus por transporte de drogas em carga de melancia; saiba mais
A Justiça aceitou a denúncia contra nove pessoas acusadas de transportar meia tonelada de cocaína em caminhão de melancia, em Fátima, região central do estado. Eles se tornaram réus por tráfico de drogas, tráfico interestadual de drogas, posse ilegal de arma de fogo de uso restrito e falsidade ideológica. A ação penal tramita na 4ª Vara Federal de Palmas.
A apreensão aconteceu 8 de abril deste ano e cerca de 565 kg de cocaína foram encontrados pela Polícia Federal e pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado do Tocantins (FICCO/TO).
Segundo a denúncia, os réus são investigados por fazer parte da facção criminosa do Primeiro Comando da Capital (PCC) em Porto Nacional e do ADE (Amigos do estado). Além de utilizar aeronaves para o transporte da droga em pistas clandestinas no interior do estado.
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A decisão aceitando a denúncia foi assinada nesta segunda-feira (11) pelo juiz Alessandro Hofmann Teixeira Mendes. Ele considerou que as acusações “não apresentam nenhuma das hipóteses para ser rejeitada, e não há pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal ou falta de justa causa para o exercício da ação penal”.
Agora, as defesas dos acusados têm dez dias para se manifestar. Conforme o juiz, todos os réus devem apresentar respostas à acusação, por escrito, por meio de advogado ou defensor público.
Conforme o documento, “cabem às partes produzirem as provas de seu interesse, salvo aquelas que não puderem ser obtidas sem pronunciamento judicial”. O juiz cita, como exemplo, as certidões de antecedentes de outras comarcas e informações destinadas à comprovação de eventual reincidência.
Os nomes dos denunciados não foram divulgados pelo Tribunal de Justiça do Tocantins.
Operação em Porto Nacional apreende 565 kg de cocaína escondidos em caminhão que transportava melancias
Divulgação/FICCO-TO
Participação no crime
De acordo com o processo, o líder da célula tocantinense da facção, de 50 anos, é responsável por coordenar a logística de recebimento e distribuição de grandes carregamentos de cocaína. A droga chegava pelo modal aéreo em pistas indicadas por esse líder e era depositada em Marianópolis e Porto Nacional para distribuição.
O líder, o filho dele de 23 anos, um idoso de 63 e outro réu de 42 anos são acusados de serem responsáveis pelo armazenamento, transporte e distribuição da droga no Tocantins, Pará (PA), Goiás (GO) e Bahia (BA).
Outros dois réus, um jovem de 23 anos e o motorista profissional, de 38 anos, que dirigia o caminhão de melancia, também são apontados como envolvidos no transporte da droga.
Além disso, um Oficial Investigador da Polícia Civil do Tocantins, de 56 anos, e um vigilante, de 45 anos, são réus por falsidade ideológica e posse ilegal de arma de fogo, por supostamente registrarem armas em nome de um deles para munir o grupo.
Ainda conforme o documento, o policial civil investigado também é acusado de ter registrado e apresentado na Polícia Federal dois boletins de ocorrências para instruir e atualizar os cadastros das armas de fogo registradas em seu nome.
Outro réu, de 33 anos, teria forjado um boletim de ocorrência de furto de quatro armas que ele tinha registradas na Polícia Federal. A medida seria uma forma de blindar o armamento em caso de apreensão policial.
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Como aconteceu crime
Maços de dinheiro apreendidos durante oparação
Divulgação/FICCO-TO
Na época do crime cinco pessoas foram presas em flagrante por suspeita de tráfico internacional de drogas. Com elas foram apreendidos 565 kg de cocaína. A droga estava escondida em uma carreta que transportava melancias.
Durante as investigações, o motorista preso em flagrante pelo transporte das drogas, teria confessado em depoimento a Polícia Federal (PF) que receberia R$ 20 mil pelo serviço. A confissão também foi informada a outros dois policiais que fizeram a abordagem.
Ainda segundo o motorista , ele teria saído de Santa Fé de Goiás (GO) com a carga de melancia no dia 7 de abril, com destino para Santa Izabel, no Pará (PA).
Porém o caminhão teria apresentado problemas mecânicos e ele teria parado posto de Porto Nacional. Quando foi bordado por dois homens em uma picape branca. Os suspeitos teria oferecido R$ 20 mil para ele fazer o transporte da droga.
O motorista teria dito aos polícias que como estava com problemas financeiros, resolveu aceitar o dinheiro, que só receberia após entregar a grande quantidade de cocaína no destino.
Conforme a PF, esta é a maior apreensão de cocaína dos últimos 15 anos no estado. Além da cocaína foram apreendidos dinheiro em espécie, veículos utilizados na logística de distribuição dos entorpecentes, cinco armas de fogo de uso restrito e de uso proibido, incluindo pistolas e carabinas com numeração raspada e sem registro legal.
Eles foram levados à Superintendência Regional da Polícia Federal no Tocantins, em Palmas, onde foram indiciados pelos crimes de tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico, posse ilegal de armas de fogo de uso restrito e de uso proibido. As penas somadas podem ultrapassar 47 anos de reclusão.
Melancias doadas a escolas
Após a apreensão cerca de 30 toneladas de melancia encontradas junto com pacotes de cocaína foram doadas para escolas em Palmas. Segundo a Polícia Federal, as frutas apreendidas foram doadas para evitar o perecimento e desperdício.
“Nós recebemos com muito orgulho, será feito um bom encaminhamento desse material para os alunos da nossa unidade. Nós contamos com 1.112 alunos matriculados. Vai contribuir com nosso almoço e nosso lanche. Como a doação é muito significativa, nós também vamos repartir com as escolas que estão ali próximo”, comentou o professor Antônio Pinheiro, gestor da Escola de Tempo Integral Caroline Campelo Duque de Caxias, na região sul de Palmas.
Melancias apreendidas em carregamento de drogas são doadas para escolas
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