
Operação captura membros do Comando Vermelho no Ceará
Uma operação deflagrada pela polícia, na manhã desta quinta-feira (21), capturou membros do Comando Vermelho com atuação no Ceará. Até as 6h30, havia 18 pessoas capturadas.
A ação visa cumprir ao todo 42 mandados de prisão e 45 mandados de busca e apreensão nas cidades de Iguatu, Russas, Juazeiro do Norte e Fortaleza.
Membros do Comando Vermelho são capturados em operação no Ceará.
Polícia Civil/ Divulgação
Entre os alvos com mandados de prisão expedidos, há comerciantes das cidades de Iguatu e Fortaleza investigados por utilizarem suas empresas para lavar o dinheiro oriundo do tráfico de drogas da organização.
Durante o cumprimento dos mandados, os policiais apreenderam drogas, munições e outros materiais ilícitos.
Investigação
Operação cumpre mandados de prisão e de busca e apreensão contra membros do Comando Vermelho com atuação no Ceará.
Polícia Civil/ Divulgação
Conforme a Polícia Civil, a operação é o resultado de um trabalho investigativo que se aprofundou após a prisão de Thiago Oliveira Valentim, vulgo “Fumaça”, líder da facção criminosa com atuação em Iguatu.
A partir da apreensão dos aparelhos celulares do criminoso, os agentes conseguiram mapear toda a rede criminosa, permitindo a identificação de seus integrantes, a delimitação de suas funções e a comprovação da materialidade de diversos crimes.
“A organização impunha seu poder através da violência e do controle territorial, chegando ao ponto de o líder, “Fumaça”, determinar quem poderia ou não residir no Condomínio Residencial Dom Mauro, conjunto habitacional do programa “Minha Casa, Minha Vida” localizado na Vila Gadelha, em Iguatu”, disse a polícia.
A influência de Thiago fazia com que ele fosse responsável por ordenar os crimes na região. Ele também teria recebido um Pix de R$ 10 mil de uma advogada para indicar a ela um homem que iria coordenar o tráfico de drogas em um dos bairros da cidade e resolver questões eleitorais para candidato da cidade de Iguatu que tinha o apoio da advogada.
Outra coisa que chamou a atenção da polícia foi o papel de destaque exercido por mulheres, que ocupavam posições estratégicas na gerência operacional e, principalmente, no controle financeiro, sendo responsáveis por recolher os lucros das “bocas de fumo” e ocultar os valores em contas de terceiros.
Entre elas, destaca-se uma mulher que figura como uma das líderes do grupo na Vila Gadelha.
Conexões fora do Ceará
As investigações também revelaram a periculosidade e as conexões internacionais do grupo. Um dos alvos da operação, Francisco Willams da Silva, o “Will”, que possuía mandado de prisão preventiva em aberto, era responsável pela remessa de grandes carregamentos de cocaína do Paraguai para o Ceará.
Will foi executado em julho deste ano, na cidade de Coronel Sapucaia, em Mato Grosso do Sul, município na fronteira com o Paraguai.
A companheira dele, Camila Barros Barboza, também foi morta na mesma ocasião. Ela é um dos alvos de busca e apreensão na operação.
Investigações da polícia apontaram que a execução do casal pode estar relacionada com disputas pelo controle do tráfico internacional de drogas na fronteira.
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