Maternidades estão com parte dos serviços suspensos após interrupção de atendimentos por anestesistas


Fachada da Maternidade Nascer Cidadão
Wesley Costa/O Popular
As maternidades Nascer Cidadão e Célia Câmara estão com parte dos serviços suspensos após a interrupção de atendimentos por anestesiologistas, em Goiânia. De acordo com a Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Estado de Goiás (Coopanest-GO), a interrupção acontece pelo não repasse pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc), desde setembro de 2024 no valor de R$ 1.431.967,53 (leia a nota na íntegra ao fim do texto).
Em nota, a Fundahc esclarece que a restrição de serviços na Maternidade Nascer Cidadão está sendo controlada e os atendimentos deverão ser retomados em sua totalidade ainda nesta sexta-feira, (22). Já sobre a Maternidade Célia Câmara, a fundação informou que fará a transição para próxima organização que irá gerir a unidade (leia a nota na íntegra ao fim do texto do texto).
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) informa que encaminhou uma equipe à Maternidade Nascer Cidadão para acompanhamento in loco da situação e reorganização dos fluxos de atendimento aos pacientes (leia anota na íntegra ao fim do texto).
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Nesta terça-feira (20), a Maternidade Nascer Cidadão suspendeu os partos com anestesias em razão da interrupção dos atendimentos prestados por anestesistas à unidade. Segundo a Coopanest, os profissionais já haviam encerrado o atendimento no Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara em julho.
De acordo com a Fundahc, os serviços eletivos estão suspensos há um ano nesses hospitais, e na Maternidade Dona Íris, em razão da falta de repasses da Secretaria Municipal de Saúde, que envolvem a antiga gestão. A fundação esclarece que, além dos partos com anestesia, os serviços impactados nas duas unidades são os seguintes:
Cirurgias eletivas

Histerectomia (remoção do útero)
Ooforectomia (remoção dos ovários)
Miomectomia (remoção de miomas)
Cp+sling (correção de perda de urina)
Ninfoplastia (cirurgia plástica na genitália)
HSC cirúrgica (avaliação do interior do colo do útero)
Setorectomia (conservadora do tecido da mama)
Laqueadura
Consultas eletivas
Pré-natal de alto risco
Patologia Cervical (trata condições pré-malignas no colo do útero, a vagina e a vulva)
Mastologia
Pediatria (egressos UTIN)
Planejamento Familiar (Laqueadura)
Infecto Pediatria, Cirurgia Pediátrica
Inserção de DIU
Cirurgia Ginecológica
Fonoaudiologia e Odonto Pediatria
Exames e Testes
Laboratoriais
Ultrassonografia Obstétrica
Doppler Obstétrico
Ultrassonografia Pélvica
USG Transvaginal
USG do Aparelho Urinário
Ultrassonografia Mamária
Punções de Mama
Inserção de DIU
Mamografia
Ecocardiograma
Teste do Pezinho
Teste Orelhinha
Teste da Linguinha
Posto de Coleta de Leite Humano
A SMS informou que a Maternidade Nascer Cidadão mantém os atendimentos a urgências e emergências, a realização de consultas ambulatoriais e a assistência aos pacientes internados. Esclareceu ainda que as gestantes que buscam o local e são avaliadas com quadros não urgentes são redirecionados à Maternidade Dona Íris, Hospital das Clínicas ou Hospital Estadual da Mulher.
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Entenda a suspensão
De acordo com a Coopanest, os serviços foram interrompidos na Maternidade Célia Câmara porque os profissionais estão com valores a receber desde setembro de 2024. A Fundach esclareceu que desde 2012 tem convênio com a Prefeitura de Goiânia para a administração compartilhada das maternidades públicas da capital (Dona Iris, Nascer Cidadão e Célia Câmara).
“Em 2023, houve uma série de atrasos e falta de integralidade no valor desses repasses, situação que se agravou em 2024 e impactou, desde agosto daquele ano, os atendimentos ambulatoriais, restrição de porta e outros serviços”, esclarece em nota.
A assessoria da SMS informou que a fundação tem uma dívida acumulada com a gestão anterior pela falta de repasses e, por isso, ficou em dívida com alguns fornecedores. Agora, a fundação trabalha com a prefeitura para fazer a transição para deixar a gestão das maternidades no dia 28 de agosto.
Em nota, as assessorias da SMS e da Fundahc destacaram que o processo de transição está sendo acompanhado  e direcionado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) e pelo Ministério Público do Trabalho de Goiás (MPT-GO), assim como órgãos representativos das classes.
Nota da Fundach na íntegra
A Fundahc esclarece que a restrição de serviços na Maternidade Nascer Cidadão (MNC) decorrente da suspensão do serviço de anestesiologia está sendo controlada e os atendimentos deverão ser retomados em sua totalidade ainda nesta sexta-feira, 22.
Reforçamos que, mesmo diante da urgência, as tratativas apresentadas pela Fundahc e pela Universidade Federal de Goiás (UFG) acerca da dívida existente por parte da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) junto à fundação ainda não foram respondidas pelo Executivo. Tampouco há um planejamento claro para a implementação de um novo modelo de gestão, especialmente em um cenário de atrasos financeiros e condições de trabalho comprometidas, o que gera insegurança entre os profissionais e impacta diretamente a estabilidade dos serviços de saúde.
A Fundahc reafirma seu empenho em adotar as medidas cabíveis para garantir respeito aos colaboradores e minimizar os prejuízos à população.
Nota da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) informa que encaminhou equipe à Maternidade Nascer Cidadão para acompanhamento in loco da situação e reorganização dos fluxos de atendimento aos pacientes. A secretaria ressalta que a unidade mantém os atendimentos a urgências e emergências, a realização de consultas ambulatoriais e a assistência aos pacientes internados. As gestantes que buscam o local e são avaliadas com quadros não urgentes são redirecionados à Maternidade Dona Íris, Hospital das Clínicas ou Hospital Estadual da Mulher.
A SMS pontua que a nova paralisação e a falta de regularidade na assistência oferecida aos usuários evidenciam ainda mais a necessidade de troca do atual modelo de gestão das unidades de saúde.
Nota da Coopanest Goiás
A Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Estado de Goiás, Coopanest-GO, informa que os atendimentos em anestesiologia prestados na Maternidade Nascer Cidadão serão interrompidos a partir desta quinta-feira, dia 21 de agosto de 2025.
A interrupção tem como causa o não repasse pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás – FUNDAHC, à Coopanest-GO, dos pagamentos devidos desde setembro de 2024 no valor de R$ 1.431.967,53.
Mesmo com os valores a receber, os médicos anestesiologistas da Coopanest-GO demonstraram respeito à população mantendo o atendimento por quase um ano.
A Coopanest-GO reforça que a FUNDAHC foi formalmente e antecipadamente notificada da interrupção do atendimento que deveria acontecer no dia 15 de agosto, no dia 05 de agosto. Porém, diante da expectativa de regularização a cooperativa adiou essa data. Mas agora com a inexistência de qualquer proposta para negociação da dívida pendente os atendimentos serão interrompidos.
Os médicos anestesiologistas cooperados eram responsáveis por todos os atendimentos que exigem anestesia e sedação como partos normais e cesarianas e procedimentos como curetagem.
Os médicos anestesiologistas da Coopanest-GO já haviam encerrado o atendimento no Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara no dia 02 de julho passado também por dívidas e ainda ausência de contrato.
A diretoria da Coopanest-GO se coloca à disposição para quaisquer esclarecimentos.
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