
Donald Trump em evento no Salão Oval
ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP
Durante o anúncio da data e local do sorteio de grupos da Copa do Mundo de 2026, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, protagonizou uma “disputa” pela taça da Copa.
O troféu foi levado ao Salão Oval da Casa Branca pelo presidente da Fifa, Gianni Infantino, que disse a Trump que o presidente poderia tocá-la “porque é um vencendor”.
“Este, que é o troféu que o vencedor da Copa da FIFA ganha. Somente o presidente da FIFA, os presidentes dos países e aqueles que vencerem podem tocá-lo. E já que você é um vencedor, é claro que também pode tocá-lo”, afirmou Infantino.
Após pegar a taça, o norte-americano questionou, brincando: “posso ficar com ela?”.
“Eu não vou devolver. Nós não vamos devolver. Ficaria ótimo na parede ali. É um belo pedaço de ouro”, disse Trump a Infantino.
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“É pesado
“Bom, até que a gente tenha que entregá-la ao próximo vencedor…”
Intervenção em Chicago, NY e San Francisco
Durante o pronunciamento sobre a data e local do sorteio dos grupos da Copa do Mundo, Trump também afirmou nesta sexta-feira (22) que Chicago, Nova York e San Francisco — três cidades governadas por adversários políticos —também podem sofrer intervenção federal na segurança similar à de Washington.
Desde meados de agosto, a segurança na capital norte-americana foi federalizada por ordem de Trump.
“Chicago, provavelmente, será a próxima cidade que tornaremos segura. Então ajudaremos com Nova York”, disse Trump à imprensa após um pronunciamento no Salão Oval da Casa Branca. “Podemos fazer uma limpa em San Francisco também”.
O presidente republicano não informou quando as novas intervenções ocorrerão e também não forneceu números sobre a violências nas cidades citadas. Todas as três, além de Washington, são governadas por prefeitos do Partido Democrata.
Trump, disse, no entanto, que Chicago está uma “bagunça” e chamou o prefeito”extremamente incompetente”.
Reforço na segurança em Washington D.C.
‘Limpa na capital’: governo Trump divulga vídeos de prisões em Washington D.C.
As tropas federais dos Estados Unidos chegaram a Washington no dia 12, um dia após Trump anunciar uma intervenção federal na segurança da cidade.
O argumento de Trump na ocasião foi o de que “o crime está fora de controle” na capital norte-americana. Ele afirmou que a taxa de homicídios em Washington D.C. é maior do que em alguns dos piores lugares do mundo, e citou diversas capitais de outros países, inclusive Brasília.
“Washington D.C. deveria ser um dos lugares mais seguros e bonitos do mundo, mas há alguns anos não é mais. A esquerda radical saiu do controle, porque os democratas não querem segurança”, afirmou o norte-americano na ocasião.
Apesar de Washington D.C. ter problemas de violência armada e criminalidade, o crime em geral está em queda na capital e atingiu em 2024 o menor nível dos últimos 30 anos, segundo dados de segurança pública dos EUA.
Já o crime violento, que Trump citou diversas vezes, caiu 26% entre 2023 e 2024, segundo o Departamento de Polícia local.
Guarda Nacional
Ainda assim, cerca de 2.000 homens da Guarda Nacional foram designados à capital, segundo o Departamento de Defesa americano. Segundo o jornal americano “The New York Times”, a intervenção federal na cidade tem previsão para durar 30 dias, mas Trump já disse que a operação pode ser estendida.
➡️ A Guarda Nacional é uma força híbrida vinculada ao Exército dos EUA, com função estadual e federal. Normalmente opera sob comando dos estados, com financiamento dos governos locais. Às vezes, os soldados são enviados para missões federais, ainda sob comando estadual, mas com recursos federais.
Autoridades locais criticaram a intervenção de Trump, e afirmaram que as tropas da Guarda Nacional não terão autoridade para realizar prisões. A prefeita de Washington D.C., a democrata Muriel Bowser, classificou a manobra de Trump como “alarmante e sem precedentes”. O procurador-geral de Colúmbia, Brian Schwalb, autoridade máxima da Justiça no distrito de Colúmbia, disse que a medida é “sem precedentes, desnecessária e ilegal”.
A medida de Trump ocorre após o presidente expressar algumas vezes, desde que retornou à Casa Branca em janeiro, o desejo de colocar Washington D.C. sob controle federal. A intervenção federal é interpretada pelos jornais dos EUA como “uma medida extraordinária de uso do poder federal”, e que pode expor os moradores da capital.