‘Amazônia Que Eu Quero’ discute desafios e soluções para a gestão de resíduos em RO


Painel do Amazônia Que eu Quero
Rede Amazônica
Na noite da última quinta-feira (21), aconteceu em Rondônia o evento “Amazônia Que Eu Quero”, promovido pela Fundação Rede Amazônica, e a programação foi voltada para debates sobre a gestão de resíduos sólidos.
Confira o evento na íntegra aqui.
O projeto reuniu os especialistas Hugo Nery (Presidente da Marquise Ambiental), João Paulo Moreira(Engenheiro ambiental da Sedam) e Samira Alvim de Siqueira (Movimento Lixo Zero), em um painel mediado pela jornalista Ana Paula Galvão, da Rede Amazônica.
O encontro discutiu os principais desafios e possíveis soluções para a gestão de resíduos em Rondônia. Durante a conversa, os convidados relembraram um pouco da ligação com a responsabilidade ambiental e explicaram algumas metas relacionadas a redução de resíduos na região.
Moradora de Porto Velho há 15 anos, Samira conta que sua experiência com a gestão de resíduos começou quando uma televisão de sua casa quebrou. Ao levar o aparelho a uma assistência técnica, foi informada de que não havia conserto e que o local não poderia ficar com o equipamento, já que havia muitos outros acumulados para reaproveitamento.
“Isso mexeu comigo e comecei a buscar entender como tantos materiais são jogados no lixo sem nenhum cuidado. Descobri que existem soluções para esse problema e que é preciso uma mobilização socioambiental, porque ninguém sozinho consegue mudar nada”, relata Samira.
Hugo Nery explicou que a geração de resíduos públicos está diretamente relacionada ao poder aquisitivo da população. Segundo ele, embora o município seja responsável por centralizar o descarte do lixo, a obrigação de pagar pela geração de resíduos é do próprio gerador.
Ele detalhou que, em média, uma pessoa em situação de pobreza gera entre 400g e 600g de lixo por dia, enquanto alguém da classe média produz de 1,2kg a 1,4kg, e os mais ricos chegam a gerar de 2kg a 2,2kg diariamente
“A gente joga fora lixo que não é lixo. Nós não nos separamos e, assim, transformamos o que geramos em lixo de fato. Porque, ao não separar, acabamos contaminando um produto com o outro e os transformamos em materiais que não prestam”, explica.
João Paulo disse que a lei determina a obrigatoriedade da logística reversa para alguns tipos de resíduos e que essa responsabilidade deve envolver todos os setores da cadeia. No caso das embalagens, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos estabelece uma meta de 30%, mas na região Norte esse índice ainda é de apenas 3%.
“A indústria está discutindo um decreto para que Rondônia também adote essa meta nacional de 30%. Assim, as empresas seriam obrigadas a criar medidas que garantam o retorno de parte das embalagens para a reciclagem. Nesse processo, o trabalho dos catadores tem um papel fundamental, já que essa obrigação das empresas pode fortalecer ainda mais a atuação deles”, ressalta.
Lançado em 2019 pela Fundação e pelo Grupo Rede Amazônica, o projeto Amazônia Que Eu Quero busca fortalecer a educação política e socioambiental. A iniciativa estimula a participação popular, promove o diálogo entre diversos setores e coleta propostas de gestores públicos voltadas ao desenvolvimento sustentável da região.
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