
Polícia investiga racismo de torcedores do Franca contra jogadores de basquete
A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar torcedores suspeitos de fazer declarações racistas a jogadores de basquete do Corinthians durante uma partida pelo Campeonato Paulista, no Ginásio Pedrocão, em Franca (SP), no fim de semana.
Os atletas Lucas Cardoso e Kauan Raymundo afirmaram terem sido chamados de “favelados”, “pobres”, “passa fome” e “Cirilo”, em referência a um personagem negro de uma novela infantil. As ofensas, segundo eles, vieram de torcedores do Sesi Franca.
O caso foi registrado como racismo, injúria racial e discriminação no 4º Distrito Policial da cidade.
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Com o auxílio de imagens feitas por outros torcedores no local, o Sesi Franca, que repudiou o episódio, confirmou ter identificado os suspeitos. Até a publicação desta notícia, a reportagem não tinha tido acesso aos nomes deles.
O Corinthians também repudiou o episódio e anunciou medidas contra os investigados. “O clube seguirá atuando para que os culpados sejam identificados e devidamente punidos, além de prestar total suporte aos atletas”, comunicou a equipe da capital, em nota.
Torcedores de Franca são suspeitos de direcionar falas racistas a jogadores de basquete do Corinthians
Reprodução/EPTV
Injúria racial
O episódio ocorreu no último domingo (24) nos minutos finais da partida entre a equipe de Sesi Franca e o Corinthians pela sétima rodada do estadual de basquete.
As falas racistas, segundo as vítimas, foram feitas por torcedores de Franca que estavam próximos ao banco de reservas da equipe da capital no Ginásio Pedrocão.
Por meio de vídeos gravados no local, a diretoria do Sesi Franca informou ter conseguido identificar três homens suspeitos de terem feito as ofensas. Além de o material ter sido enviado à polícia, o clube estuda medidas contra os torcedores, como a proibição da entrada deles aos jogos da equipe no interior de São Paulo.
“Caso extremamente grave esse episódio de racismo, até porque nós já temos uma fala constante não só nos jogos, mas na própria escola Sesi combatendo toda e qualquer discriminação. Por parte da nossa torcida com os jogadores do Corintians é lamentável e repudiamos totalmente”, afirma o presidente do clube, Luis Prior.
De acordo com o delegado Davi Abmael Davi, responsável pelas investigações na Polícia Civil, os crimes pelos quais os torcedores responderão preveem penas de até cinco anos, mas que podem ser aumentadas, além da proibição de frequência em eventos esportivos.
“Existe uma pena que é muito pesada em relação às ofensas que se proferem dentro de quadra, dentro de campeonatos, dentro de eventos esportivos”, disse.
Jogo entre Franca Basquete e Corinthians pelo Campeonato Paulista foi marcado por declarações racistas de torcedores
Reprodução/EPTV
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