
Voo Azul
Divulgação/Azul
Deputados do Amazonas criticaram duramente a companhia aérea Azul, classificando a postura da empresa como um “completo desrespeito” à população do Estado. As críticas ocorreram durante sessão na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) realizada no dia 19 de agosto.
Entre os problemas apontados estão cancelamentos de voos sem aviso prévio, preços considerados abusivos e o uso inadequado de benefícios fiscais concedidos pelo governo estadual.
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O g1 entrou em contato com a Azul Linhas Aéreas para questionar sobre os cancelamentos, tarifas e uso dos incentivos fiscais, mas, até a última atualização desta reportagem, não havia recebido retorno da empresa.
O deputado Dr. George Lins (UB) abriu a discussão, destacando a dependência do Amazonas de transporte aéreo e fluvial. Ele lembrou a Lei nº 6.271/2023, que reduziu a alíquota do ICMS sobre o combustível de aviação para estimular voos ao interior, mas ressaltou que o incentivo não resultou em melhorias no serviço.
“O que vemos são cancelamentos de voos de forma aleatória e preços abusivos, temas recorrentes nesta Casa”, afirmou George Lins, citando o recente cancelamento da rota Manaus- Santa Isabel do Rio Negro, município com forte potencial para o turismo de pesca.
“A Azul simplesmente isolou aquelas pessoas, tirando a possibilidade de crescimento econômico do município. Isso é muito grave”, denunciou o deputado, sugerindo que a empresa inclua uma escala em Santa Isabel no voo para São Gabriel da Cachoeira.
Ele também alertou sobre a ameaça de cancelamento da rota para Tabatinga, cidade estratégica na fronteira com Colômbia e Peru, e defendeu a criação de uma comitiva de deputados para levar o apelo à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
O deputado Adjuto Afonso (UB), presidente da Comissão de Transportes da Aleam, informou ter protocolado requerimento para convocar representantes da Azul a prestarem esclarecimentos, lembrando que a empresa não compareceu à audiência pública sobre aviação regional realizada na semana anterior.
“Para ter esse benefício, a Azul tem que operar em no mínimo 11 cidades do Amazonas. Se não tem mais interesse, deve perder o incentivo”, afirmou Afonso, destacando que a renúncia fiscal impacta o caixa do Estado e não pode ser usada para reduzir custos de operações fora do Amazonas.
O deputado Rozenha (PMB) declarou ter solicitado o cancelamento total da lei de isenção fiscal. “A Azul não honra seu compromisso social com o povo do Amazonas e ainda se apropria indevidamente de uma isenção fiscal”, criticou.
Ele citou o exemplo de uma passagem de ida e volta para Parintins, com duração de 45 minutos, sendo vendida a R$ 8.564. “Com esse valor, dá para ir para Dubai. A única maneira dessa empresa respeitar o povo do Amazonas é mexendo no bolso”, completou.
O deputado Thiago Abrahim (UB) reforçou a necessidade de “dar um basta nessa falta de respeito”, destacando o impacto social dos cancelamentos, especialmente em casos de pacientes que viajam para tratamento de saúde.
“O caboclo do interior, em sua grande maioria, vem de barco, mas quando é uma questão de saúde, utiliza os voos”, disse, propondo ação conjunta com a Comissão de Defesa do Consumidor (CDC-Aleam) para fiscalizar diretamente no aeroporto o cumprimento de horários e obrigações legais pelas companhias aéreas.
A deputada Joana Darc (UB) também criticou a Azul, ressaltando que passageiros de municípios como Parintins e Tefé, que enfrentam tarifas de até R$ 8 mil, viajam em grande parte por necessidade, como consultas médicas, e são os mais prejudicados.
Para ela, os milhões em incentivos fiscais concedidos à empresa não retornam em benefícios à população, deixando de ser aplicados em áreas como saúde e educação.
“A ausência da Azul em audiências públicas nesta Casa é um desrespeito muito grande e uma prova da falta de compromisso da companhia com o povo do Amazonas”, concluiu Joana Darc.
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