
Caso Marielle Franco: saiba quem são os envolvidos no crime
Uma pesquisa do Instituto Marielle Franco releva um panorama da violência política, de raça e gênero, no ambiente digital brasileiro. O estudo mostra que 63% das ameaças de morte e estupro analisadas fizeram referência direta à vereadora, morta em 2018.
De acordo com o instituto, o dado revela que o assassinato se tornou um instrumento simbólico de intimidação.
Foram estudados 77 episódios, em sua maioria, envolvendo ameaças de morte e estupro. Os casos não foram listados para preservar as vítimas.
Resumo dos dados da pesquisa:
71% dos casos envolveram ameaças e intimidações reiteradas;
87% das vítimas são mulheres negras, cis, trans ou travestis, LBTQIA+ e/ou periféricas;
84% têm vínculos com partidos de esquerda ou centro-esquerda, com agendas voltadas à justiça social, direitos humanos e igualdade racial e de gênero.
Os ataques se concentram em parlamentares negras em nível municipal e estadual;
As plataformas mais utilizadas para os ataques foram redes sociais e e-mails institucionais.
O estudo completo será apresentado à Câmara dos Deputados às 18h desta quarta-feira (27) em conjunto com recomendações para o enfrentamento do problema identificado.
A organização também apontou que os ataques digitais são feitos com o objetivo de amedrontar as vítimas para atrapalhar ou interromper o exercício de mandatos e dissuadir candidaturas e lideranças a continuarem na política.
A iniciativa é um desdobramento de outros estudos, como o que observou que 78% das candidatas que disputaram as eleições de 2020 sofreram algum tipo de violência política na internet.
A pesquisa identificou sete tipos de violências perpetradas contra essas vítimas:
Ameaça e Intimidação
Desinformação e Fake News
Discurso de ódio
Exposição indevida de dados
Invasão de redes
Assédio Digital
Simbólica e Discursiva
A pesquisa identificou que 69 episódios tiveram como alvo mulheres negras (pretas e pardas) e 8 foram contra mulheres brancas.
Algumas dessas mulheres sofreram mais de um episódio de violência no período e três casos foram coletivos, direcionados a mais de três mulheres de uma vez só. Por isso, a organização optou por fazer a análise por episódio, mostrando a frequência do fenômeno.
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