
Economia de experiência, inteligência artificial, migração do físico para o digital, Web 3.0 e automação são alguns dos conceitos que todos os empreendedores precisam acompanhar. As transformações do mercado exigem adaptação de quem busca empreender e o cenário gera oportunidades para o empreendedorismo feminino. O avanço tecnológico, aliado à busca por modelos de negócios mais humanos e sustentáveis, tem impulsionado mudanças que estão redefinindo a forma de empreender.
A empreendedora Camila Nunes, especialista em marcas e curadora do Palco Delas é Movimento, do Delas Summit, recomenda que as mulheres empreendedoras acompanhem, principalmente, três tendências que estão transformando o cenário atual. A primeira é a economia do cuidado, que coloca saúde mental, bem-estar e autoconhecimento no centro da gestão de empresas.
— Nós, mulheres, costumamos ter dupla ou tripla jornada e, cada vez mais, percebemos que, sem cuidar de nós mesmas, não é possível cuidar dos nossos negócios ou das pessoas ao redor — afirma Camila.
A segunda tendência é o uso da inteligência artificial, que tem impactado principalmente os pequenos negócios, já que as novas ferramentas tornam acessíveis tecnologias que antes eram restritas às grandes empresas. Por fim, Camila destaca a força das redes colaborativas femininas, que oferecem apoio e ampliam oportunidades.
— Para mim, essas três tendências mostram que o futuro não é apenas tecnológico, mas também profundamente humano e colaborativo — avalia.
Olhar para o futuro dos pequenos negócios
Segundo Keylla Signorelli, analista do Observatório de Negócios do Sebrae/SC, a digitalização com inteligência artificial já não é mais um diferencial competitivo, mas parte fundamental da infraestrutura dos pequenos negócios. A tecnologia permite que empreendedoras automatizem rotinas administrativas, melhorem processos de atendimento e usem ferramentas de marketing com baixo custo, o que aumenta a produtividade e amplia as chances de crescimento.
Ela destaca, também, que práticas ligadas ao consumo consciente e à sustentabilidade, como o ESG e a circularidade, vêm se consolidando como fatores decisivos para a credibilidade e longevidade das marcas. Esse movimento é acompanhado pela ascensão da economia criativa, que, em Santa Catarina, ganha força conectada ao turismo, à gastronomia e às expressões culturais regionais.
Além disso, setores emergentes, como a silver economy, termo usado para os negócios que atendem o público com mais de 50 anos, e a economia do cuidado, despontam como campos de oportunidades para empreendedoras, especialmente em áreas ligadas à saúde, beleza, alimentação, moda e serviços digitais.
— O empreendedorismo feminino em Santa Catarina já representa quase meio milhão de empresas e, embora a maior concentração esteja em segmentos como beleza, moda e alimentação, cresce também em áreas estratégicas de inovação, tecnologia e sustentabilidade — reforça Keylla.
Delas Summit como espaço de atualização e conexão
O Delas Summit, promovido pelo Sebrae, é um dos maiores eventos de empreendedorismo feminino do país e já está consolidado como espaço de inspiração e capacitação para mulheres empreendedoras. Para Camila, que participa do evento desde a primeira edição, o diferencial está no protagonismo feminino e no ambiente de pertencimento.
— Sou até suspeita para falar: participei de várias capacitações do Sebrae Delas e estou no Delas Summit desde a primeira edição. Acredito muito nas oportunidades e no conhecimento que os eventos oferecem. Especialmente no networking, que é uma das melhores formas de se conectar com pessoas de outras cidades, gerar negócios e se aproximar de quem admiramos — comenta.
À frente da programação do Palco Delas é Movimento, ela reforça que o conteúdo no espaço foi pensado para destacar as principais tendências de mercado e tudo o que pode ser aplicado nos negócios. Ela afirma ainda que a programação vai além, ao trazer histórias e palestras de empreendedoras que têm inovado nos negócios.
Inovação como DNA
Em Santa Catarina, milhares de negócios liderados por mulheres usam da tecnologia para criar novos processos, inovar e ser referência estadual. Esse é o caso da Nanobiocell, startup catarinense fundada por Janaina Lisi Leite Howarth e Katiusca Wessler Miranda, que desenvolve soluções inovadoras em celulose bacteriana.
— O nosso negócio nasceu do desejo de duas mulheres cientistas – que também são mães, ex-docentes do ensino superior e pesquisadoras apaixonadas pela ciência dos polímeros – em transformar conhecimento acadêmico em soluções reais que melhorassem a vida das pessoas — explica Janaina.
O processo desenvolvido pela empresa dispensa produtos químicos, reduz o consumo de água e energia e gera insumos aplicáveis em setores diversos, como saúde, cosméticos, alimentos e construção civil. Para consolidar a empresa, as empreendedoras contaram com o apoio do Sebrae.
— Conheci o Sebrae por meio do ecossistema de inovação de Santa Catarina, onde a presença da instituição é muito ativa e estratégica. Decidimos buscar apoio porque entendemos que, além da base técnico-científica que já tínhamos, era essencial desenvolver competências em gestão, mercado e estratégia — explica.
Ao longo da jornada, a startup já participou de projetos como Jornada Startups, Mulheres em Foco, Mulheres + Tec, Catalisa ICT 2025, Empreendedora Tech, Nascer e Startup Summit. Segundo Janaína, com esses programas, as empreendedoras conseguiram garantir oportunidades de networking, orientação prática e oportunidades de capacitação.
Delas Summit 2025
Para as mulheres que desejam inovar nos negócios, o Delas Summit, maior evento de empreendedorismo do Sul do Brasil, é a oportunidade ideal. O evento será realizado nos dias 30 e 31 de outubro, no CentroSul, em Florianópolis.
Ao todo, serão dois dias de programação com mais de 120 palestrantes, 300 expositoras, painéis temáticos e oportunidades de networking. Entre as atrações confirmadas estão Giovanna Antonelli, Monique Evelle, Dani Amaral, Cris Arcangeli e Luana Zucoloto.