Espancado e preso por matar sargento da Aeronáutica também é militar, afastado por doença mental, e já matou outro homem

Homem que morreu tinha saído do trabalho fardado, parou para tomar um café na Ilha do Governador, quando foi assassinado facadas. Polícia diz que não há motivo aparente para o crime e crê em surto psicótico. Sargento da Aeronáutica é morto a facadas na Ilha do Governador
O homem preso pela morte do sargento da Aeronáutica Alexandre da Costa Piedade, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, também é militar da Força Aérea Brasileira, estava afastado do serviço por problemas psiquiátricos e já havia cometido outro homicídio em 2020.
Segundo a Polícia Civil, Lucas do Nascimento Freire de Barros, de 28 anos, esfaqueou o sargento na manhã de sexta-feira (2), na Rua 50, próximo à Vila dos Sargentos.
Testemunhas relataram que a vítima havia acabado de sair do trabalho e parou para tomar um café quando foi atacada.
Após o crime, o suspeito foi encontrado inconsciente e com sinais de espancamento na Estrada das Canárias. Moradores afirmaram que ele foi agredido por traficantes do Morro do Barbante.
Lucas está sob custódia e internado em estado grave no Hospital Municipal Evandro Freire, na própria Ilha do Governador.
Sinais de surto psicótico
A polícia informou que ele apresentava sinais de surto psicótico no momento do crime. Investigadores acreditam que ele e o sargento não tinham qualquer relação e que o ataque foi aleatório, sem motivação aparente.
Documentos obtidos pela reportagem revelam que Lucas foi reformado da Aeronáutica em 2019, após um laudo médico atestar incapacidade definitiva para o serviço militar e para qualquer atividade profissional. O diagnóstico apontava alienação mental, mas recomendava apenas cuidados de enfermagem, sem necessidade de internação especializada.
Outro assassinato a facadas
Em fevereiro de 2020, Lucas se envolveu em um acidente de trânsito em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, e matou a facadas Davi da Silva Paiva.
Um laudo psiquiátrico solicitado pela Justiça concluiu que ele sofria de esquizofrenia paranoide, doença que, em fases agudas, compromete o juízo da realidade e torna o portador incapaz de compreender o caráter ilícito de seus atos.
MP pediu internação, Justiça negou
Na época, o Ministério Público pediu a internação do acusado, mas a Justiça decidiu que ele poderia continuar o tratamento em liberdade. Segundo o advogado de defesa, Lucas passou quase três anos internado e, após avaliação médica, foi considerado sem risco à sociedade.
‘A vida dele não volta’
Nas redes sociais, a madrinha do sargento Alexandre lamentou a perda:
“Muita covardia. Já pegaram ele, mas a vida dele não volta.”
O advogado de Lucas afirmou que a família está profundamente abalada com o ocorrido.
“A mãe dele, mesmo sem ter certeza de que foi ele, pede desculpas pelo ocorrido”, disse.
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