
Dom Leonardo Ulrich Steiner, Dom João Braz de Aviz e Dom Jaime Spengler integram os 133 cardeais que participam da votação, que inicia nesta quinta-feira (7). Dom Leonardo Steiner, Jaime Spengler e João Braz de Aviz
Divulgação/Arquidiocese de Manaus – Jaison Alves/CNBB Sul 4 – Max Rossi/Reuters
Após o funeral de Francisco, os olhares se voltam outra vez para o Vaticano a partir desta quarta-feira (7) com o início do conclave, votação que vai definir o novo papa. Três cardeais nascidos em Santa Catarina estão entre os 133 do mundo inteiro que vão participar da escolha, entre eles, um apontado entre os favoritos pela agência Reuters: Dom Leonardo Steiner, nascido em Forquilhinha, e atualmente arcebispo de Manaus – o único da Amazônia.
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O Brasil (e Santa Catarina) terão protagonismo na eleição do novo pontífice. O país tem oito cardeais, dos quais sete tem direito a voto, incluindo os três catarinenses.
A disputa pela liderança do catolicismo ocorre em meio à expectativa sobre os rumos da instituição após o papado de Francisco.
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Dom Leonardo Ulrich Steiner, Dom João Braz de Aviz e Dom Jaime Spengler, são os catarinenses que fazem parte do Colégio dos Cardeais; Eles nasceram, respectivamente, em Forquilhinha, Gaspar e Mafra.
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Quem são os cardeais catarinenses que participam do conclave?
Leonardo Ulrich Steiner
Cardeal Dom Leonardo Steiner
Divulgação
Natural de Forquilhinha, no Sul de Santa Catarina, Leonardo Ulrich Steiner foi nomeado arcebispo metropolitano de Manaus em 2019. Três anos depois, em 2022, recebeu o título de cardeal da Amazônia, nomeado pelo próprio Papa Francisco.
Nascido em 6 de novembro de 1950, Steiner ingressou na Ordem dos Frades Menores em 1972, ao ser admitido no Noviciado da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil. Foi ordenado padre por Dom Paulo Evaristo Arns em 1978. Cursou pedagogia e se tornou mestre de noviços.
Em 1995, mudou-se para Roma, onde concluiu o mestrado e doutorado em Filosofia na Pontifícia Universidade Antonianum. Entre 1999 e 2003, atuou como secretário-geral da mesma universidade.
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De volta ao Brasil, foi nomeado vigário da Paróquia Bom Jesus, em Curitiba, e passou a lecionar na Faculdade São Boaventura. Em 2005, tornou-se bispo da prelazia de São Félix, no Mato Grosso, e, em 2011, foi nomeado bispo auxiliar de Brasília, exercendo também o cargo de secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), entre 2011 e 2019.
Seu lema episcopal é “Verbum caro factum est”, que significa “O verbo se fez carne”.
Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, Dom Jaime Spengler
Jaison Alves/CNBB Sul 4
Atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo de Porto Alegre (RS), Jaime Spengler nasceu em Gaspar, no Vale do Itajaí. Ele tem 64 anos e iniciou sua vida religiosa na década de 1980, ao ingressar na Ordem dos Frades Menores.
Spengler cursou Filosofia e Teologia, sendo ordenado padre em novembro de 1990, em Gaspar. Mais tarde, obteve o título de doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma.
Ainda como padre, atuou em missões pelo Brasil por meio da Ordem dos Frades Menores. Em 2010, foi nomeado bispo auxiliar pelo Papa Bento XVI.
Desde 2013, Spengler ocupa o cargo de arcebispo de Porto Alegre, após ser nomeado pelo Papa Francisco. Em dezembro do ano passado, foi nomeado cardeal em uma cerimônia realizada em Roma.
João Braz de Aviz
O cardeal João Braz de Aviz na Basílica de São Pedro, no Vaticano, no último dia 6
Max Rossi/Reuters
João Braz de Aviz tem 77 anos e é o cardeal brasileiro mais velho apto a participar do Conclave. Ele nasceu em Mafra, no Norte do estado, e cresceu em Borrazópolis, no Paraná.
Ainda jovem, ele ingressou no Seminário Menor São Pio X, em Assis (SP), estudou Filosofia em Curitiba e Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Foi ordenado em 1972, na Catedral de Apucarana, e atuou como diretor espiritual de seminários no Paraná e em São Paulo.
Ele também foi reitor e professor de Teologia Dogmática em Londrina (PR). No fim da década de 1980, voltou para Roma onde se tornou doutor em Teologia Dogmática. Após retornar para o Brasil, foi eleito bispo auxiliar de Vitória.
Em 1998, Aviz se tornou bispo de Ponta Grossa (PR). Quatro anos depois, assumiu a Arquidiocese de Maringá (PR), onde ficou por apenas 14 meses. Em 2004, foi nomeado arcebispo de Brasília.
Em 2011, foi nomeado prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica pelo Papa Bento XVI. No ano seguinte foi criado cardeal. Também participou do Conclave de 2013, que elegeu o Papa Francisco.
Como funciona o Conclave
A palavra “conclave” vem do latim cum clavis e significa “fechado à chave”. É por meio dele que a Igreja Católica elege o novo papa.
Durante os dias de eleição, cardeais do mundo todo ficam fechados dentro do Vaticano, em uma área conhecida como “zona de Conclave”. Eles também fazem um juramento de segredo absoluto sobre o processo.
Todos os cardeais que participam da eleição ficam impedidos de utilizar qualquer meio de comunicação com o exterior. Ou seja, eles não podem usar telefones, ler jornais ou conversar com pessoas de fora do Vaticano. Essas medidas foram adotadas para evitar que a votação seja influenciada.
As votações acontecem dentro da famosa Capela Sistina. Para ser eleito, um cardeal precisa receber dois terços dos votos — que são secretos e queimados após a contagem.
Ao todo, até quatro votações podem ser realizadas diariamente, sendo duas pela manhã e duas à tarde, com horários de fim previstos para 5h30, 7h, 12h30 e 14h (Horário de Brasília).
Se, depois do terceiro dia de conclave, a Igreja continuar sem papa, uma pausa de 24 horas é feita para orações. Outra pausa pode ser convocada após mais sete votações sem um eleito.
Caso haja 34 votações sem consenso, os dois mais votados da última rodada disputarão uma espécie de “segundo turno”. Ainda assim, será necessário atingir dois terços dos votos para que um deles seja eleito.
Quando um cardeal é eleito, a Igreja questiona se ele aceita o cargo de papa. Se ele concordar, o religioso também precisa escolher um nome. Em seguida, ele é levado para um ambiente conhecido como “Sala das Lágrimas”, onde veste as vestes papais.
Por fim, o novo papa é anunciado à multidão que aguarda na Praça de São Pedro. O pontífice é apresentado diretamente da sacada da Basílica, onde é proclamada a famosa frase “Habemus Papam” (“Temos um Papa”).
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