
Um cardeal brasileiro que participou do conclave que elegeu Jorge Mario Bergoglio guardou uma cédula que não foi usada na ocasião e doou ao Santuário Nacional de Aparecida, no interior de SP, onde a relíquia será exposta. Católicos vivem expectativa pela escolha do novo Papa
Em meio ao processo para escolha do novo papa, o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, localizado no interior do São Paulo, protege uma pequena parte do material que foi usado no conclave de 2013, que elegeu o papa Francisco.
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O cardeal brasileiro Dom Raymundo Damasceno Assis, atual arcebispo emérito de Aparecida (SP), participou do último conclave e, após a eleição do argentino Jorge Mario Bergoglio, trouxe ao Brasil uma cédula oficial do conclave quando voltou ao país.
Vale ressaltar que, apesar de ser uma cédula oficial, ela está em branco e não foi de fato utilizada no conclave de 2013, já que as cédulas utilizadas são queimadas após a votação, pois as escolhas são secretas. A queima é uma forma de manter o sigilo dos votos.
Cédula de votação no conclave que elegeu o papa Francisco
Thiago Leon/Santuário Nacional
A cédula, que foi doada pelo cardeal brasileiro ao museu do Santuário Nacional de Aparecida, está em branco e conta com um escrito em latim – ‘Eligo in Summmum Pontificem’ -, que significa ‘Eu o elejo como Sumo Pontífice’.
Embaixo da frase em latim, há um traço, onde o cardeal deveria escrever o nome do cardeal no qual ele estava votando para ser papa.
Cédula de votação no conclave que elegeu o papa Francisco
Reprodução/TV Vanguarda
Além disso, Dom Raymundo Damasceno Assis trouxe junto com a cédula um papel com o nome de todos os cardeais que poderiam ser votados para ser papa na época.
O papel seria usado para a soma de votos dos cardeais, mas ele também acabou não sendo utilizado no conclave de 2013 e está no Santuário Nacional de Aparecida.
Cédula de votação no conclave que elegeu o papa Francisco
Reprodução/TV Vanguarda
No papel, o número 31 é dedicado ao então cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, que acabou eleito papa na ocasião. Ele morreu em abril deste ano.
Cédula de votação no conclave que elegeu o papa Francisco
Reprodução/TV Vanguarda
Atualmente, tanto a cédula quanto o papel para contabilização dos votos dos cardeais estão em um arquivo do museu do Santuário Nacional de Aparecida e nunca foram expostos aos visitantes.
“Nós temos uma reserva técnica e não foi o momento ainda (de expor a cédula). Nós estamos viabilizando, vendo a melhor foram (qual será o momento de expor a cédula). Essa pasta e essa cédula são únicas. Aqui nós temos muito cuidado com a conservação. Na nossa reserva técnica é controlada a umidade, a temperatura, por conta da conservação”, explicou Jonatas Veloso, gestor do núcleo de turismo do santuário.
Apesar disso, a administração do museu tem a expectativa de expor os materiais para o público em breve.
“(Será) algo para os devotos que vêm até a casa da Mãe. Nós já temos a vitrine dos papas, com o papa João Paulo II, papa Bento XVI, papa Francisco. Quem sabe incorporar esse acervo com a pasta do conclave?”, sugeriu Veloso.
Gif mostra momento em que fumaça preta sai de chaminé
Reprodução
Conclave
O conclave para definir o novo papa, após a morte do papa Francisco, em abril deste ano, teve início nesta quarta-feira (7).
Por volta das 16h, a fumaça preta saindo da chaminé, no Vaticano, indicou que os cardeais não chegaram a um consenso sobre o sucessor.
Com isso, o conclave segue nesta quinta-feira (8), novas quatro rodadas de votações – confira aqui os horários.
A expectativa segue no Santuário Nacional de Aparecida – maior templo católico do Brasil – pela escolha do novo Papa. Fiéis que participam das celebrações no local rezam pelos cardeais do conclave.
Segundo o reitor do Santuário Nacional de Aparecida, Carlos Eduardo Catalfo, a oração durante este importante período une a igreja.
“A palavra-chave é sempre a oração. A sintonia com Deus. Para que Deus inspire nos cardeais o bom propósito de escolher de fato um homem que seja de Deus, ligado aos pobres e siga essa herança tão forte deixada pelo papa Francisco. E que possamos, como igreja, transformar esse mundo um lugar melhor, mais feliz para todos”, afirmou o padre.
Santuário Nacional de Aparecida
Lucas Tavares/g1
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