
A Polícia Federal afirma que o grupo investigado comanda um esquema sofisticado de produção de drogas sintéticas, com laboratórios clandestinos, parcerias com facções criminosas locais e utilização de empresas de fachada como perfumarias e barbearias. Drogas e insumos apreendidos na casa de um dos alvos, em Santa Catarina
Divulgação
A Polícia Federal iniciou a Operação Cartel na manhã desta quarta-feira (14) no Rio de Janeiro e em mais 5 estados brasileiros, com objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada na produção e distribuição de drogas sintéticas.
A Investigação aponta uma produção nacional em moldes empresariais, com capacidade estimada de fabricação de 4,2 milhões de comprimidos de ecstasy por ciclo de produção.
Na ação, cerca de 120 policiais federais tentam cumprir 25 mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo e no Distrito Federal.
Além disso, a Justiça determinou o bloqueio e o sequestro de bens, imóveis, contas bancárias, criptoativos e veículos de luxo, com valor estimado em R$ 50 milhões.
Até as 14h, a informação era de um preso em Lauro Muller, Santa Catarina.
A investigação foi conduzida pela Delegacia de Repressão a Drogas da PF e revelou um esquema criminoso sofisticado, com laboratórios clandestinos instalados em comunidades do Rio de Janeiro, na Baixada Fluminense e no interior do Paraná, além da utilização de empresas de fachada para a aquisição de insumos químicos e movimentação de recursos ilícitos.
A organização operava sob a proteção de facções criminosas locais, mediante o pagamento de um “tributo territorial”, que na prática funciona como um sistema informal de alvará de funcionamento ilícito. Em contrapartida, parte da droga produzida era destinada ao tráfico local.
Carro de luxo apreendido com suspeito de chefiar esquema de produção de drogas no Recreio
Divulgação
As substâncias químicas empregadas na produção dos entorpecentes eram adquiridas com notas fiscais emitidas por empresas de “fachada” desvinculadas de suas atividades reais, como perfumarias e barbearias, segundo a PF.
Segundo laudo pericial da Polícia Federal, uma única empresa de fachada vinculada ao líder do grupo adquiriu cerca de 4,6 toneladas de DMSO, insumo essencial à síntese de MDA.
Carro de luxo apreendido com suspeito de chefiar esquema de produção de drogas no Recreio
Divulgação
O suspeito de ser chefe da organização foi preso nesta terça (13) em um apartamento de luxo no Recreio dos Bandeirantes, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Durante o cumprimento das ordens judiciais, foram apreendidos veículos de luxo, dinheiro em espécie, drogas sintéticas e documentos relevantes para a investigação contra o grupo criminoso.
Outros dois integrantes da organização também foram presos na última terça-feira, sendo um deles no Recreio dos Bandeirantes e o outro no bairro de Cordovil, Zona Norte do Rio de Janeiro.
Os investigados responderão pelos crimes de tráfico de drogas e organização criminosa.