‘O Solucionador’: dono de empresa interditada por suspeita de estelionato permanece foragido, diz polícia


Empresa oferece serviços de renegociação de dívidas bancárias, mas, segundo polícia, não cumpria contratos e induzia clientes a erros. g1 aguarda retorno da defesa da empresa e do sócio-proprietário. Operação fecha lojas de empresa de serviço de renegociação de dívidas bancárias
O sócio-proprietário da empresa O Solucionador, Guilherme Maes Cardoso Leme, permanece foragido, segundo informações da Polícia Civil (PC-PR), na sexta-feira (16). Duas unidades da empresa em Curitiba foram fechadas após a polícia identificar a suspeita de prática de estelionato e crime contra consumidores.
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De acordo com o delegado Cássio Conceição, a empresa fazia propagandas prometendo redução de juros e dívidas bancárias, principalmente de financiamento de veículos.
Para a polícia, as propagandas levavam o consumidor a acreditar que, ao contratar os serviços da empresa, conseguiria diminuir o valor das parcelas a pagar no banco, mas, na prática, não era isso o que acontecia.
A investigação chegou a clientes que tinham dificuldade em ter retorno da empresa e, também, que não tinham as renegociações efetivadas.
A RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, apurou que mais de 300 processos administrativos tramitam em Procons contra lojas da marca O Solucionador. No Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), são mais de seis mil ações judiciais em curso.
As unidades interditadas ficam no Centro e no Sítio Cercado.
Além do cumprimento de mandados de interdição na operação de segunda-feira (12), a polícia também tentou cumprir um mandado de prisão contra Guilherme. Ele não foi encontrado e passou a ser considerado foragido.
O g1 contatou a defesa de Guilherme Maes Cardoso Leme e da empresa, mas não teve retorno até esta publicação ir ao ar.
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Loja do Centro de Curitiba foi fechada nesta segunda-feira (12)
Elessandra Amaral/RPC
Por que a empresa passou a ser investigada?
A investigação contra a empresa começou após denúncias recebidas pelo Procon de São José dos Pinhais, em 2023, e descobriu que após a contratação do serviço, os consumidores eram orientados a deixar de pagar boletos de financiamentos e até a esconder veículos dos bancos da Justiça.
Com isso, o serviço prometido não era entregue, e muitos clientes ficavam ainda mais endividados.
Na época, uma operação interditou a empresa por 30 dias, mas ela voltou a funcionar após uma decisão judicial e continuou praticando as mesmas ações.
A partir da operação de segunda, o Procon de São José dos Pinhais disse que aplicará novas multas à empresa.
“Nós vamos aplicar uma multa de mais de R$ 306.000 para essa empresa, interditar, suspender as atividades e também comunicar o Google e a Meta para suspender a divulgação nas redes sociais e também as emissoras de televisão e de rádio para suspender a divulgação dessa empresa”, explicou o superintendente Jaiderson Rivarola.
O que acontece com as outras unidades da empresa?
A operação que fechou as unidades da empresa O Solucionador em Curitiba não atingiu as sedes de Guarapuava, Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, Cascavel e Toledo.
Segundo Jaiderson Rivarola, superintendente do Procon de São José dos Pinhais, clientes de outras unidades da empresa que eventualmente se sentiram prejudicados após contratarem serviços de renegociação devem procurar o órgão ou Ministério Público e Defensoria Pública do Paraná para registrar a denúncia.
“O importante é que as pessoas reclamem, busquem uma forma de fazer valer o seu direito”, disse.
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