
Superlotação agrava a sobrecarga dos profissionais de saúde e aumenta o risco de complicações no cuidado aos pacientes, avalia órgão. Auditoria do TCE revela superlotação e indisponibilidade de leitos no Heda, em Parnaíba
Divulgação/TCE-PI
Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Piauí (TCE-PI) expôs diversas irregularidades encontradas no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda), localizado em Parnaíba, a 330 km de Teresina. Entre as falhas identificadas estão superlotação e falta de leitos de internação na Clínica Cirúrgica.
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O Heda está sob a gestão de Organizações Sociais de Saúde (OSS), por meio de contratos de gestão celebrados com a Secretaria da Saúde do Piauí (Sesapi) em 2023, com vigência de cinco anos. Por meio de nota, a pasta informou que compreende o trabalho do TCE-PI e atua de forma contínua na melhoria do estabelecimento (leia posicionamento completo ao fim da reportagem).
Superlotação e falta de leitos
Conforme o TCE-PI, durante auditoria realizada nos meses de julho e agosto de 2024 e que culminou no processo TC/007686/2024, foi possível constatar que a quantidade de leitos na Clínica Cirúrgica do Heda é insuficiente para suprir a demanda existente. A superlotação consequente tem forçado o uso de espaços inadequados, como leitos destinados à observação e corredores do Pronto Socorro, para acomodar pacientes.
Clínica Cirúrgica é a unidade responsável pelo atendimento pré e pós-operatório, ou seja, tanto de pacientes que serão submetidos a procedimentos cirúrgicos quanto aqueles em recuperação.
“De acordo com os dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, no mês de agosto de 2024, o Heda conta com 45 leitos tipo ‘especialidade cirúrgico’, excluindo as especialidades de obstetrícia e pediatria cirúrgica”, informou o TCE-PI.
A situação, segundo o TCE-PI, por impactar o fluxo de atendimento de urgência e emergência, agrava a sobrecarga dos profissionais de saúde e aumenta o risco de complicações no cuidado aos pacientes.
“A ocupação dos leitos de observação do Pronto Socorro por pacientes internados gera filas de espera, dificulta a triagem adequada de novos pacientes e compromete a prontidão do atendimento emergencial, resultando em um atendimento hospitalar ineficiente”, explicou o TCE-PI.
Ainda conforme o TCE-PI, indicadores do período de julho de 2023 a julho de 2024 foram analisados e evidenciam “altas taxas de ocupação de leitos e tempos médios de permanência elevados”. O órgão aponta que a ausência de um plano formalizado para monitorar dados compromete a capacidade da gestão em identificar e corrigir problemas pontuais.
Veja a nota da Sesapi na íntegra
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) manifesta compreensão e respeito ao trabalho fiscalizador realizado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e, ao mesmo tempo, esclarece que vem atuando de forma contínua na melhoria das suas unidades de saúde.
A Sesapi destaca avanços significativos em seus hospitais, como a melhoria no fluxo de atendimento aos pacientes, ampliação de leitos, aumento no número de procedimentos cirúrgicos, reformas estruturais e aquisição de novos equipamentos, entre outras ações.
A Sesapi ressalta ainda que vai avaliar todas as recomendações do TCE para melhorar ainda mais suas unidades de saúde e, por fim, destaca que realiza monitoramento constante dos hospitais e reafirma seu compromisso permanente com a qualificação e resolutividade dos serviços prestados à população.
Hospital Dirceu Arvoverde (Heda), em Parnaíba
Tiago Mendes/ TV Clube
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