
Fotógrafo que flagrou maior mamífero terrestre da América do Sul explicou que é comum ver esses animais na região, porém é raro a aproximação deles e por isso a experiência foi incrível. Fotógrafo registra ‘desfile’ subaquático de anta em rio de águas cristalinas em Jardim
“Registro incrível”, define o fotógrafo Lucas Furtado, que se deparou com uma cena rara e não mediu esforços para capturar a bela imagem de uma anta ‘desfilando’ e se exibindo nas águas cristalinas do Rio da Prata, em Jardim (MS).
Durante trabalho no local, Lucas, que costuma fazer registros de animais da natureza, disse ao g1 que é comum avistar antas, jacarés, ariranhas e sucuris na região, mas é raro ter um encontro tão próximo como esse.
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O lugar por si só já é lindo, mas a presença do maior mamífero terrestre da América do Sul deu um toque especial. Na imagem, a anta segue desfilando pelas águas, e o vídeo fica ainda mais impressionante quando é mostrado debaixo d’água, em meio aos peixes.
“Tive uma sorte enorme de ver essa anta passando ao meu lado e consegui registrar esse momento”, explicou.
O fotógrafo faz questão de lembrar que esses animais não representam risco, pois estão em seu habitat natural, totalmente controlado, com abundância de alimento. “Por isso, eles não se importam com a nossa presença e continuem suas atividades normalmente”, esclarece.
Maior mamífero terrestre da América do Sul
Na lista vermelha de espécies ameaçadas de extinção como vulnerável, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio/MMA), tem inclusive um dia para ser comemorado: 27 de abril é comemorado o dia mundial da anta.
A anta-brasileira é uma espécie de grande importância para o ecossistema brasileiro. O bicho é o maior mamífero terrestre da América do Sul e as fêmeas podem chegar até 300 quilos e 2 metros.
Os pratos principais das antas são os frutos. A alta ingestão desses alimentos é feita por um trato digestivo que otimiza a germinação. Pelos cientistas, como Medici explica, as antas são conhecidas como jardineira da floresta.
“A anta é reconhecida pelos cientistas como jardineira da floresta, pela contribuição expressiva com o próprio ambiente em que vive. Ou seja, onde tem semente que passou pelo trato digestivo do animal, tem semente pronta para germinar!”, comemora Patricia Medici, pesquisadora da espécie e coordenadora da Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira (Incab).
Além de serem as jardineiras, as antas são chamadas de sentinelas. A partir de pesquisas, como a coleta de sangue dos animais, cientistas conseguem entender, identificar e alertar inúmeros riscos ao meio ambiente.
Veja outras curiosidades da espécie abaixo:
No mundo, há quatro espécies de anta: anta-brasileira, anta-da-montanha (que vive nos Andes), a anta-centro-americana (encontrada na América Central) e a anta-asiática (Indonésia, Malásia, Mianmar e Tailândia);
No Brasil, boa parte da espécie vive no Pantanal e no norte da Amazônia;
Em boa parte do Pantanal e no norte da Amazônia a espécie está em uma melhor situação;
No Cerrado, as antas lidam com muitas rodovias e colisões constantes, caça ilegal e um risco elevado de contaminação por agrotóxicos, em função da expansão da agropecuária em larga escala;
As antas possuem baixo potencial reprodutivo;
A gestação de um novo filhote pode durar 13 a 14 meses e em intervalos entre nascimentos de até três anos;
A anta que é herbívora/vegetariana ingere entre oito e nove quilos de alimente por dia, incluindo folhas, ramos, brotos, caules, cascas de árvores, plantas aquáticas, além de frutos que correspondem a mais de 50% da dieta;
A anta vive em áreas de em média 800 hectares e percorre entre 3 e 9 km/dia, levando sementes de uma área para outra.
Anta é registrada em ‘desfile’ subaquático em Jardim.
Lucas Furtado/Arquivo pessoal
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