
Durante o bate-papo no podcast, a delegada titular da Delegacia da Mulher (DDM) de Cubatão, Mayla Haddid, falou sobre feminicídio, machismo e enfatizou a necessidade da criação de políticas públicas para evitar casos de violência contra mulher partindo da raiz do problema: os homens. Baixada em Pauta: Mayla Haddid é a convidada da semana
A delegada titular da Delegacia da Mulher (DDM) de Cubatão (SP), Mayla Haddid, esteve no podcast Baixada em Pauta. Durante o bate-papo, ela falou sobre os padrões identificados em casos de feminicídio e enfatizou a necessidade da criação de políticas públicas para evitar episódios de violência contra mulher sob uma outra ótica: o acompanhamento dos agressores.
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Feminicídio é um homicídio cometido contra uma mulher por razões de gênero, ou seja, porque a vítima é mulher, geralmente em contextos de violência doméstica, familiar ou por menosprezo à condição feminina. A lei 13.104/15 alterou o Código Penal brasileiro, incluindo como qualificador do crime de homicídio.
No último mês, três casos do tipo acenderam um alerta na Baixada Santista. No dia 7 de maio, uma mulher foi morta a facadas pelo marido sargento da PM durante uma consulta médica em Santos. Em Mongaguá, um homem estuprou a ex-mulher e matou a cunhada e sobrinhos com golpes de pá e marreta e, em Itanhaém, uma mulher foi morta a marteladas e facadas dentro de casa.
De acordo com a delegada, o feminicídio é um fenômeno social e identificável, com características semelhantes e padronizadas. Ela explicou que um dos fatores do problema é o machismo.
“Em razão de nós nos originarmos de uma sociedade patriarcal, ainda sentimos os efeitos”, pontuou a delegada. “Dentro dessa premissa, equivocada, claro, mas que é uma realidade cultural, o homem acha que tem a posse sobre a mulher, a vida da mulher, o corpo da mulher e as escolhas da mulher”.
Projeto busca conscientizar homens com histórico de violência contra mulher
Conscientização de agressores
A delegada também reforçou a importância da criação de políticas públicas voltadas para evitar casos de violência contra mulher, principalmente com o foco na conscientização de homens, que segundo ela são a raiz do problema.
Na DDM de Cubatão, Mayla coordena o programa ‘Homem Sim, Consciente Também’ (HSCT), que tem como foco reduzir casos de feminicídio e violência de gênero. Durante a ação, os homens participam de seis encontros, onde recebem orientações sobre tipos de agressão, Lei Maria da Penha, cuidados com a saúde, drogas e alcoolismo.
De acordo com a delegada, do mesmo jeito que os homens aprendem que são superiores ao gênero feminino, eles também são impedidos de acessar suas emoções, pois é algo visto como sinal de fraqueza.
“Todas aquelas frustrações, sentimentos de rejeição, ficam como se fosse em uma panela de pressão, e aí a resposta a essa dor é uma atitude de violência, de opressão e até mesmo de um feminicídio”, comentou a delegada.
O projeto ainda conta com a atuação de assistentes sociais, psicólogos, advogados e outros profissionais de áreas relacionadas ao combate à violência de gênero e ao feminicídio. A iniciativa, ainda segundo Mayla, oferece um espaço acolhedor para os homens “ressignificarem” os conceitos aprendidos na sociedade patriarcal.
Mayla Haddid, delegada titular da Delegacia da Mulher (DDM) de Cubatão é a convidada da semana
Reprodução
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