Rosária Eugênia da Conceição, de 100 anos, mora em Curitiba e viaja todos os anos até Mogi das Cruzes para participar e viver a emoção da Festa do Divino. A fé que começou ainda na infância em Jacareí, hoje reúne quatro gerações da família. Rosária, devota do Divino, em seu aniversário de 100 anos
Acervo Pessoal
Com 100 anos recém-completados, Rosária Eugênia da Conceição não abre mão de um compromisso sagrado: participar da Festa do Divino em Mogi das Cruzes.
Uma tradição que a acompanha há mais de oito décadas. A fé que começou na infância em Jacareí, hoje une filhos, netos e bisnetos em torno de um mesmo altar.
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Rosária passou a vida em Mogi das Cruzes, se mudou de Jacareí para a cidade quando tinha 17 anos. Porém, aos 85 anos teve que ir para Curitiba, já que grande parte da família estava lá e precisava de cuidados por conta da idade.
Na casa da idosa em Curitiba, os folhetos da Festa do Divino ocupam um espaço especial na estante bem ao lado das fotos de família e de imagens religiosas.
Aos 100 anos, ela carrega no olhar a fé de quem acredita na força do Divino Espírito Santo. E essa crença é mais do que uma devoção, é um elo que conecta passado, presente e futuro de toda a família.
Rosária é devota do Divino Espírito Santo há mais de 80 anos
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Ainda em Jacareí, Rosária começou a frequentar as festas religiosas na infância, quando morava na zona rural da cidade.
Na época, os festeiros percorriam as propriedades montados a cavalo, levando a bandeira do Divino e eram recebidos com orações e comida feita pela vizinhança.
“Era uma festa que nascia do povo”, recorda a neta da idosa, Michelle Casarini. E foi ali, no terreno da casa,que a fé da idosa começou a ganhar forma.
Quando tinha 17 anos, ela morou em Mogi das Cruzes e passou a frequentar a Festa do Divino da cidade. Atualmente, mesmo morando no Paraná, ela volta todos os anos à cidade do Alto Tietê para participar da festa.
Rosária visita a Festa do Divino todos os anos
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O Divino é tudo na minha vida. Tudo que peço pra Ele, sou atendida. Ele sempre está comigo
A parte favorita da celebração para a idosa é a Entrada dos Palmitos. Ela se emociona ao ver os cavalos, os bois e os devotos com suas bandeiras. Uma cena que a transporta de volta à infância na roça.
É uma das poucas atividades da extensa programação da festa que ela ainda faz questão de acompanhar de perto, mesmo com as limitações da idade.
Tradição da Família
Família segue a devoção ao Divino Espírito Santo da matriarca
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E a devoção de Rosária passou para os filhos, netos, bisnetos e até genros que seguem os passos da matriarca. É ela que organiza rezas ao longo do ano com base nos livretos da festa.
Nos aniversários, Rosária faz questão de usar o Divino como tema uma tradição que já dura pelo menos uma década. “É o amor dela que nos contagiou. Hoje, a festa faz parte do nosso calendário familiar”, conta a neta Michelle Casarini.
Além de marcar presença na festa de Mogi todos os anos, a família criou o hábito de celebrar as conquistas com rezas do Divino, sejam mudanças de casa, novos empregos ou até vitórias pessoais.
“Sempre nos reunimos e é a vó quem puxa a oração”, diz a neta com orgulho.
Atualmente, Rosária participa principalmente do último fim de semana da Festa do Divino, quando acompanha a alvorada e a Entrada dos Palmitos.
Mesmo com as limitações da idade, a fé continua intacta e talvez até mais forte com o passar dos anos.
“O Divino sempre esteve comigo, e eu com Ele”, relembra a devota todo ano ao ver a bandeira vermelha e branca.
*estagiária sob a supervisão de Gladys Peixoto
Rosária na Festa do Divino de 2001 em Mogi das Cruzes
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Idosa completa 100 anos com festa em homenagem ao Divino
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