Turma que se formou há 50 anos na escola ‘Estadão’ participa de reencontro com colegas e professores em Sorocaba: ‘Celebrar nossa trajetória’


Evento reuniu amigos e professores dos anos 70 que não se viam há, pelo menos, 20 anos, com direito a camiseta de brinde e um almoço nas dependências da tradicional escola estadual Doutor Julio Prestes de Albuquerque, também conhecida como ‘Estadão’. Formandos de 1975 do Colégio ‘Estadão’ de Sorocaba (SP) puderam ‘assistir’ aulas mais uma vez na instituição
Arquivo pessoal
Andar pelos corredores que um dia fizeram parte da rotina, relembrar histórias e confusões da adolescência, poder rever amigos e professores que contribuíram para a formação e carreira profissional, são alguns dos objetivos do encontro organizado pela turma de 1975 do Colégio “Estadão”, em Sorocaba, interior de São Paulo.
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Neste sábado (31), a turma que se formou há 50 anos pôde revisitar a renomada escola Doutor Julio Prestes de Albuquerque, também conhecida como “Estadão”, que foi o primeiro ginásio estadual de Sorocaba, fundado em 1928. A instituição formou importantes figuras políticas como os ex-prefeitos da cidade Vitor Lippi e Armando Pannunzio, militares, e até artistas, como a atriz Eliane Giardini.
Alunos do Colégio Estadão, em Sorocaba (SP), em 1974
Colégio Julio Prestes de Albuquerque ‘Estadão’/Reprodução
Ao g1, a bancária aposentada Vera Regina Athayde Morais, de 67 anos, contou que o evento estava sendo organizado há pelo menos um ano pela sua turma, pois alguns integrantes moram fora do país.
“Todos os professores que estão bem foram. Temos uma professora, a dona Therezinha, que hoje está com 98 anos, lúcida, e compareceu ao evento. Nossas expectativas eram rever os amigos de longa data, que não vemos há mais de 20 anos, rever os professores da época e celebrar nossa trajetória”, contou.
Durante o encontro, a turma pôde voltar para a sala de aula e ouvir uma simulação de aulas com outras duas professoras, Genny Laino, de geografia, e Arlete Wurschig, professora de inglês.
Professoras Arlete Wurschig, de inglês, e Genny Laino, de geografia, durante encontro no colégio ‘Estadão’ em Sorocaba (SP)
Arquivo pessoal
Vera também destaca que a sua turma era extremamente participativa no meio acadêmico, em um período em que o Estadão se destacava como um dos melhores colégios de Sorocaba.
“Somos muito unidos. Esse encontro valeu muito por essa celebração da nossa vida. Iremos recordar também o local, pois a festa será nas dependências da escola o que torna tudo mais significativo”, acrescentou Vera.
Antes e depois do Colégio ‘Estadão’ em Sorocaba (SP)
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O evento deste sábado também contou com a participação da atual diretora da escola, Arlete Fernandes Velloso, e a atual dirigente de ensino de Sorocaba, Rossenilda Gomes Faria.
“O encontro foi uma oportunidade ímpar, para relembrar momentos marcantes e compartilhar experiências vividas ao longo dessas cinco décadas. Este encontro representa não apenas a celebração dos 50 anos de formatura , mas também o legado da nossa escola e a importância da educação na formação de cada um de nós”, pontuou Vera.
A confraternização também teve a entrega de camisetas personalizadas para os formandos, além de um almoço servido nas dependências da escola para, segundo Vera, fortalecer laços que “transcendem o tempo”.
Alguns alunos do Colégio ‘Estadão’ de Sorocaba (SP) no ano de 1975
Arquivo pessoal
Colégio “Estadão”
O jornalista e escritor Celso Ribeiro, de Sorocaba, também é ex-aluno do “Estadão” e conta que, antigamente, a escola exigia que os jovens fizessem um tipo de vestibular para ingressar na instituição, que já teve 21 diretores desde sua fundação.
“A escola já foi denominada também como Instituto de Educação e Escola de Primeiro e Segundo Graus, porque refletia um novo momento de Sorocaba, superava o período do tropeirismo, da atividade econômica rural-comercial e atingia o estágio urbano-fabril, com a consolidação industrial do setor têxtil. O ‘Estadão’ ‘viu’ nascerem as belas residências da Rua Moreira César e da Avenida Eugênio Salerno, com seus saudosos flamboyants no canteiro central, nas proximidades do Seminário Diocesano e da Igreja Carlos Borromeu”, diz Celso em seus textos.
Celso Ribeiro se formou em 1971 no Colégio ‘Estadão’ em Sorocaba (SP)
MARVADÃO/YouTube
O escritor também conta que o ensino da escola era inspirado no do Colégio Dom Pedro II, do Rio de Janeiro, com métodos dos tempos imperais que se tornaram referência no Brasil. Os professores e alunos da escola eram respeitados, pois, segundo Celso, “falou-se em Estadão, acabou-se a discussão”.
A escola é lembrada por suas atividades em laboratórios, de sessões solenes no Salão Nobre, atividades esportivas, fanfarras, desfiles pelo centro da cidade e diversas excursões e palestras.
De acordo com Celso, a escola ainda guarda um velho esqueleto usado nas aulas de anatomia, que fica escondido dentro de um saco. No passado, uma das pegadinhas dos alunos era mudar a posição da mão do esqueleto para assustar os colegas e professores.
Professor Hugo Polo, em 1976, durante uma aula na Escola Estadual de Segundo e Primeiro Grau Doutor Júlio Prestes de Albuquerque, conhecida como Estadão, em Sorocaba (SP)
Colégio Julio Prestes de Albuquerque ‘Estadão’/Reprodução
Localizada na Avenida Doutor Eugênio Salerno, a escola, além de ofertar o ensino fundamental e o ensino médio no formato do Programa de Ensino Integral (PEI), também sedia o Centro de Línguas Estadão.
Jovens matriculados do 7º ano até o 3º ano do ensino médio, além de profissionais da educação, podem se increver para ter aulas gratuitas de alemão, francês, inglês, espanhol, libras, japonês, mandarim e ainda português para estrangeiros.
Colégio ‘Estadão’, em Sorocaba (SP), antes de ter mudado de cor
Colégio Julio Prestes de Albuquerque ‘Estadão’/Reprodução
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