
Evento marca a retomada da ocupação cultural da via histórica após anos de obras. Iniciativa ocorrerá uma vez por mês. Projeto ‘Viva a Nove’ volta uma vez por mês em Ribeirão Preto
A Avenida Nove de Julho, em Ribeirão Preto (SP), voltou a ser ocupada de maneira criativa e vibrante com a estreia do projeto “Viva a Nove!”, que aconteceu neste domingo (1º).
No trecho entre as ruas Visconde de Inhaúma e Marcondes Salgado, moradores da cidade e da região caminharam por barracas de artesanato, brincadeiras infantis, feira de adoção de animais, apresentações artísticas e serviços públicos gratuitos.
A proposta da prefeitura é trazer de volta a atmosfera do antigo “Nove de Julho Aberta”, iniciativa que teve início em setembro de 2015, mas que foi interrompida com a pandemia de Covid-19, em 2020.
Com o fim das obras de revitalização da avenida — concluídas em março deste ano —, a retomada agora vem com nova identidade, mas a mesma essência: devolver o espaço urbano à população.
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“A nossa intensão é trazer esse sentido de ocupar os espaços públicos para ressignificar os locais, ainda mais aqui na Nove de Julho, que é uma avenida emblemática, que tem história, que tem trajetória muito vinculada à Ribeirão Preto. E esse evento é preparado para toda a família, tem atividades para idosos, para crianças, para pessoas com deficiência, tem gato, cachorro, tem pra todo mundo. A gente sabe da luta que foi resgatar a Nove de Julho e da importância que ela tem”, pontua a secretária de Cultura e Turismo, Maria Eugênia Biffi.
A movimentação também é parte das comemorações do aniversário de Ribeirão Preto, celebrado no dia 19 de junho, mas, segundo a Secretaria de Cultura e Turismo, a programação deve continuar mensalmente aos domingos.
“Viva a Nove!” leva arte, cultura e atividades gratuitas para a Avenida Nove de Julho.
Reprodução EPTV
Raízes históricas e renovação
Projetada na década de 1920, a Avenida Nove de Julho carrega importância histórica e econômica para a cidade. Originalmente batizada como Avenida Independência, passou a ter o nome atual em 1934, em homenagem à Revolução Constitucionalista.
Ao longo das décadas, a via concentrou bancos, comércios tradicionais, bares e restaurantes. Famílias da elite ribeirão-pretana moraram em casarões históricos ainda preservados. O trecho mais conhecido — entre as ruas Barão do Amazonas e Cerqueira César — recebeu blocos de basalto em 1949 e abriga sibipirunas centenárias que seguem firmes até hoje.
Agora, com os domingos culturais, a avenida busca renascer como polo de convívio e arte.
A rua como palco
No “Viva a Nove!”, o espaço antes dominado por carros se transformou em lugar de lazer. A família de Letícia Cesário Ríssoli, por exemplo, escolheu passar o domingo na avenida e saiu de lá com um novo integrante: o gatinho Milton Meia-Noite, adotado durante a feira de animais resgatados. Enquanto isso, o pai, Júlio Galvão Ríssoli, aproveitou para levar mudas de árvores para plantar em casa.
“Esse evento ele é muito importante pra sociedade interagir, conhecer melhor o que está acontecendo na cidade, e poder ajudar o próximo também, que no caso nós estamos levando um gatinho, levando mudas de árvores. E enxergar oportunidades que essa avenida pode trazer pra todos.”
Na mesa de contação de histórias, a alegria das crianças tomava conta com o som do pandeiro. O contador de histórias Renato Marcelino da Silva ajudou a resgatar brincadeiras antigas e encantou o público com narrativas cheias de emoção.
“Eu agradeço a oportunidade de trazer nosso projeto pra esse evento tão maravilhoso, no qual nós chamamos de “Resgatando a Infância”, não somente para os adultos, nessa correria que estamos vivendo, mas também para as crianças saírem um pouco da tela do celular. Então nós viemos aqui pra trazer essa alegria e diversão, e acabamos saindo mais felizes que eles. Essa é a nossa contribuição que pretendemos continuar cada vez mais.”
Projeto ‘Viva a Nove’ volta uma vez por mês em Ribeirão Preto.
Reprodução EPTV
Arte feita à mão e com o coração
Além das atividades para crianças, o evento valoriza o trabalho artesanal. Dona Sônia Regina Ferreira Gamba, artesã, levou ao público produtos feitos à mão nos mínimos detalhes, com peças que expressam sua trajetória.
“Pra nós é importante esse espaço. Ficamos muito tempo afastados e longe, sem ter. E voltar para a Nove de Julho é muito bom. Vou estar aqui todo mês.”
Sônia Regina Ferreira Gamba, artesã, levou ao público produtos feitos à mão nos mínimos detalhes.
Reprodução EPTV
A ideia da Secretaria de Cultura é estimular o protagonismo de quem vive da arte em Ribeirão Preto. Em meio a telas, quadros e cavaletes, a arte ocupava todos os cantos da Nove de Julho. O artista plástico Waldomiro Abbondanza foi um dos destaques: com carvão e olhar atento, ele desenhava os rostos de quem passava.
“O fundamental da arte é provocar alguma emoção em quem aprecia o nosso trabalho, e isso pra nós é motivo de grande satisfação.”
A programação mensal do projeto será divulgada no site da prefeitura.
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