
Detentos dominaram guardas, tomaram suas armas e forçaram saída do complexo na madrugada de segunda para terça-feira (3). Incidente deixou morto e feridos. Policial e soldados paramilitares fazem guarda do lado de fora de prisão após fuga de mais de 200 detentos durante a noite em 3 de junho de 2025.
AP Photo/Ali Raza
Mais de 200 prisioneiros escaparam de uma prisão na cidade de Carachi, no sul do Paquistão, na madrugada de segunda para terça-feira (3), no horário local, em um motim após uma série de terremotos que atingiram o país, segundo autoridades locais. Uma pessoa morreu.
A fuga começou pouco antes da meia-noite de segunda-feira e continuou nas primeiras horas da terça, após centenas de prisioneiros terem sido retirados de suas celas e colocados em um no pátio da prisão por causa dos tremores, segundo Zia-ul-Hasan Lanjar, o ministro da Justiça da província de Malir, onde fica a prisão.
Quando estavam no pátio, os prisioneiros dominaram os guardas, tomaram suas armas e forçaram a abertura do portão principal após um tiroteio com soldados paramilitares que também faziam a segurança do complexo, segundo a polícia local. Pelo menos um prisioneiro foi morto e três guardas ficaram feridos no tiroteio, declarou o chefe de polícia, Ghulam Nabi Memon.
“Ouvi os disparos por um bom tempo e, algum tempo depois, os prisioneiros saíram correndo em todas as direções”, afirmou Bukhsh, um segurança particular de um condomínio vizinho à prisão, à agência de notícias Reuters. Ele não forneceu um sobrenome.
Bukhsh disse ainda que, após escapar a prisão, alguns dos prisioneiros invadiram no condomínio complexo de apartamentos. No entanto, os invasores foram detidos pela polícia, afirmou o segurança.
Nesta terça-feira, um repórter da Reuters que visitou a prisão viu vidros quebrados e equipamentos eletrônicos danificados. Uma sala de reuniões, onde os prisioneiros podiam ver suas famílias, havia sido saqueada. Familiares ansiosos se reuniram do lado de fora.
A fuga da prisão foi uma das maiores já ocorridas no Paquistão, disse Lanjar. A prisão, que abriga 6.000 detentos, fica no distrito de Malir, em Carachi, a maior cidade do Paquistão.
Os prisioneiros correram pela área durante toda a noite, alguns deles descalços, e a polícia os perseguiu, segundo imagens da TV local. Cerca de 80 dos que escaparam foram capturados, afirmou Murad Ali Shah, o ministro-chefe da província.
Autoridades disseram que os detentos, muitos deles usuários de heroína, ficaram nervosos com os terremotos.
“Houve pânico aqui por causa dos tremores”, declarou Lanjar.
O ministro-chefe da província disse que foi um erro as autoridades prisionais terem permitido que os prisioneiros saíssem de suas celas. Ele pediu aos detentos que ainda estão soltos que se entreguem ou enfrentarão uma acusação grave por terem fugido.