Jovem enviou bolo envenenado que causou morte de adolescente de 17 anos da Grande SP por ‘raiva’ e ‘ciúmes’, diz delegado


Ana Luiza de Oliveira Neves morreu no último domingo (1º) após comer o doce e ter uma intoxicação alimentar. Em maio, jovem que confessou crime havia enviado ‘bolo misterioso’ para outra vítima, que comeu, passou mal, mas sobreviveu. Polícia diz que caso está concluído. Polícia diz que adolescente confessou ter enviado bolo a garota que morreu
A Polícia Civil concluiu nesta terça-feira (3) a investigação sobre a morte da jovem Ana Luiza de Oliveira Neves, de 17 anos, após comer um bolo envenenado enviado por uma adolescente também de 17 anos em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.
Segundo o delegado Vitor Santos de Jesus, a adolescente que enviou o bolo envenenado tinha “raiva” e “ciúmes” de Ana Luiza e tinha “namorados que a trocaram por ela”. A adolescente confessou ter envenenado o bolo e disse que agiu sozinha.
Ainda segundo o delegado, que considera o caso concluído, a jovem que enviou o bolo envenenado aparentava ter problemas de autoestima e algum desiquilíbrio mental. As duas estudavam em escolas diferentes.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que o pedido de apreensão da adolescente que confessou ter enviado o bolo já foi solicitada à Justiça. Até a última atualização desta reportagem, a jovem permanecia na delegacia.
Desolado com a morte da filha de 17 anos, Silvio Ferreira das Neves fez um desabafo emocionado nesta terça-feira (3), durante o velório da adolescente Ana Luiza de Oliveira Neves.
“É muito difícil para mim… Perdi o amor da minha vida. Minha filha fez 17 anos na semana passada e não tem nem palavras para dizer o que eu estou sentindo. É difícil demais. Só Deus para me dar força, porque a minha filha não merecia isso…”, disse Silvio, que tem outras duas filhas.
Silvio Ferreira das Neves é pai de Ana Luiza de Oliveira, jovem de 17 anos que morreu após comer um bolo enviado por pessoa anônima para a casa da família em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.
Montagem/g1/Reprodução/TV Globo
Ao receber o bolo, Ana Luiza chegou a enviar um áudio para um grupo de amigos para descobrir quem tinha mandado o presente.
Ela não foi a primeira vítima. A mesma adolescente de 17 anos que confessou ter envenenado o doce, enviou, em 15 de maio, um bolo para outra menina que passou mal, chegou a ficar internada, mas sobreviveu.
Segundo a investigação, esta jovem também teria recebido um bilhete com dizeres parecidos aos de Ana Luiza.
No último sábado (31), a adolescente repetiu o comportamento, e o alvo agora era Ana Luiza. Com a repercussão da morte dela, a família da primeira vítima procurou a polícia. Investigadores resgataram imagens de circuito de segurança, identificaram a placa do motoboy que fez a entrega, conseguiram contatá-lo e tiveram acesso ao endereço da autora.
Quando chegaram à casa da adolescente, repararam que a descrição física que o motoboy fez coincidia com ela. A polícia, então, solicitou que a jovem e a família comparecessem à delegacia. Inicialmente, ela negou a participação, até que, após horas de interrogatório, confessou os dois casos.
Áudio enviado pela jovem Ana Luiza de Oliveira Neves aos amigos, pouco depois de receber o bolo anônimo em casa, no último sábado (31), na Grande São Paulo.
Reprodução/TV Globo
Bilhete de autoria misteriosa
De acordo com o boletim de ocorrência, Ana Luiza se sentiu mal após consumir o doce. A família diz que ela foi levada ao hospital, mas não resistiu.
Um amigo da família, Cristiano, foi quem registrou o boletim de ocorrência na delegacia porque os pais, muito abalados, não estavam em condições de ir ao local.
À polícia, este amigo contou que a irmã de Ana Luiza recebeu um embrulho com o bolo por volta das 17h do sábado (31).
Ana Luiza chegou em casa em torno das 18h e comeu o bolo. Menos de uma hora depois, ela já começou a passar mal. O pai da adolescente, Silvio, levou Ana a um hospital particular, onde ela foi diagnosticada com intoxicação.
Após estabilização, ela teve alta e voltou para casa. Contudo, no domingo, ela voltou a passar mal por volta das 16h com sintomas graves e foi novamente levada ao pronto-socorro.
O boletim de ocorrência diz ainda que a adolescente já chegou ao hospital sem os sinais vitais.
O relatório médico afirma que ela teve uma parada cardiorrespiratória cerca de 20 minutos antes de chegar à unidade e “encontrava-se cianótica, com hipotermia, sem batimentos cardíacos e sem respiração”.
Vários processos de reanimação foram feitos pela equipe médica, mas sem sucesso.
A causa aparente da morte foi apontada como intoxicação alimentar, conforme laudo assinado pelo médico Fernando Fernandez Barrientos, que estava de plantão no hospital.
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